domingo, fevereiro 5

Koeman e as contas da luta pelo título

"O Sporting não conta. Conta sim o F.C. Porto que está em primeiro. É complicado, mas já estivemos com bastantes pontos de diferença... "

Em grande o holandês!!!Será que temos que ir outra vez mostrar a Koeman, quem é candidato e quem não é, como aconteceu na semana passada?

"No pasa nada".

Tentando responder ao "colega" Borges, que pergunta o"o que é que se passa" com o SLB, penso que o mais importante, num momento como este, é não desanimar. Em Leiria, os jogadores do SLB deram o máximo e, no limite, dignificaram a camisola.

Faltou alguma sorte. Sobrou Costinha, especialmente em duas defesa simplesmente espantosas. O SLB podia ter marcado vários golos e, apesar da boa réplica leiriense, não me recordo de alguma defesa de Moretto.

Ainda por cima, os erros dos "encarnados" foram "cinicamente" aproveitados pelos comandados de Jesus. O SLB fez, pelo menos, 45 minutos de qualidade, período durante o qual dispôs de várias oportunidades que, por uma razão ou por outra, não foram aproveitadas. O SLB foi uma equipa pressionante e objectiva e hoje, só faltaram os golos que expressassem a superioridade que demonstrámos.

O que se passa então? Nada. O desafio mais importante, neste momento, é manter o grupo unido e confiante. Agora é tempo das perguntas idiotas nas "flashes". É tempo dos opinadores sebosos usarem toda a sua má fé para catapultarem esta "crise" de resultados para uma "crise" de identidade.

No SCP foi isto que aconteceu. Exacerbaram-se os conflitos, as diferenças. E não houve força, de dentro do clube, para lutar contra isso. É por essa razão que digo que o mais importante é o resguardo, a clausura que seja.

O futebol é assim mesmo. Os benfiquistas têm é de perceber que, caso tivéssemos ganho em Leiria - como merecíamos - tudo nos pareceria mais simples. Mas não é uma derrota que pode mudar isso. A confiança tem de continuar.

Koeman começa a definir agora o seu futuro no SLB. Goste-se ou não do holandês, fica entre os benfiquistas a sobriedade do homem depois da jocosa pergunta do repórter TVI. Vomitou a besta: "Vai deixar o Luisão de fora no próximo jogo, pelo erro que cometeu?" Eu teria enfiado o microfone na boca do atrasado do repórter. Mas isso era o que ele queria.

Mas o que é que se passa?

Depois do desaire em casa, frente ao eterno rival, mesmo assim beneficiando de um deslize do líder, eis que esta semana o Benfica voltou a comprometer as aspirações ao título, ao ser derrotado por (mais) um expressivo 3-1.
Koeman fez algumas alerações na equipa, a meu ver quase todas correctas, e o Benfica entrou em Leiria com vontade de demonstrar aos adeptos que o jogo com o Sporting tinha sido um acidente de percurso e que a equipa estava novamente na rota das vitórias. Na primeira meia hora o Benfica exibiu-se a um bom nível remetendo o Leiria várias vezes para terrenos recuados. O Leiria aguentava a pressão e sempre que possível acercava-se com perigo das redes de Moretto. Manuel Fernandes era o mais esclarecido jogador do Benfica, e só por mero azar é um excelente remate do jovem jogador do Benfica não deu golo. Na resposta os da casa também dispuseram de uma bola no ferro, a remate de Paulo César depois de uma boa jogada de envolvimento. Num remte de fora da áera, e sem qualquer oposição, João Paulo desfez a igualdade, dando um certo "sabor" a injustiça ao resultado. O Benfica tremeu, mas não caiu, chegando ao fim da primeira parte novamente a pressionar o adversário.
O Benfica entrou na segunda parte novamente mais pressionante que o Leiria, mas mais nervoso, e à medida que o tempo ia passando os jogadores do Benfica demonstravam cada vez mais esse nervosismo. Numa infantilidade digna de principiante Luisão permite um roubo de bola a Fábio Felício que depois de deixar Paulo César prossegir a jogada, foi concluir o lance, fazendo o 2-0. Foi o "golpe de misericórdia". A equipa do Benfica partiu-se. Koeman tirou Léo e fez entrar Manduca. Luisão era quase ponta de lança. As perdas de bola dos jogadores do Benfica sucederam-se e cada contra-ataque dos da casa era um calafrio para a defesa do Benfica. A dez minutos do fim, Manduca fez renascer nas hostes benfiquistas a possibilidade de chegar ao empate, mas foi Maciel, fruto de mais uma perda de bola em situação proibitiva, que fixou o resultado final: 3-1.
Ao contrário do jogo do fim-de-semana passado, esta noite o Benfica fez por merecer outro resultado, que é algo injusto. O Benfica criou oportunidades suficientes para ganhar o jogo, mas não conseguiu concretizá-las, faltando engenho e arte para contornar Costinha que fez (mais) uma exibição memorável.
O Leiria foi uma equipa fria e letal no contra-ataque, aproveitando sempre muito bem as falhas dos jogadores do Benfica. Foi uma equipa sólida a defender, e das vezes que permitiu que os jogadores do Benfica rematassem à baliza tiveram (quase) sempre Costinha a remediar.
Não percebi a entrada de Manduca, mesmo tendo ele marcado um golo. É um jogador muito lento e não vi que tivesse trazido nada de novo à equipa. Coemça a saturar a insistência num jogador que demonstra não ter qualidade para o Benfica. Robert exibiu-se a melhor nível, mas é definitivamente na esquerda que rende mais, mas nesse lugar...
Os erros de António Costa não tiveram influência no resultado final. Apenas anotar dois casos mais flagrantes: um fora-de-jogo mal assinalado a um jogador do Leiria, que partiu do seu meio campo e cartão amarelo ao Petit por uma falta que ele não cometeu (ou terá sido pelos protestos?).
Com tudo isto, numa semana o Sporting passou de quase arredado do título a 2º, ainda que provisoriamente, enquanto que o Benfica é para já 3º com possibilidade de passar para 4º no final da jornada...
Que grande trambolhão!!!

Grande Sá


O Sporting está na melhor fase da temporada. Marítimo, Benfica e Nacional foram 3 excelentes actuações do Sporting. As melhores da época. Hoje à noite, uma estrela brilhou mais que as outras. E aquele abraço ao Caneira depois do golo é de capitão. Grande Sá Pinto! Um exemplo de empenho e dedicação que acabará daqui a pouco mais de uma dezena de jogos.

sábado, fevereiro 4

Excelente vitória, mas...



...pede-se mais eficácia no concretizar das oportunidades criadas. Não se justificava este sofrimento no final

O melhor da semana

"And now for something completly diferent..."

O dia correu-me bem, as miúdas andam giras, amanhã joga o Sporting e isto de apontar defeitos ao Sporting dá-me cabo do ego.Hoje estou pela positiva. Mas será que não se fez nada bem? Claro que sim! E temos também de o colocar na equação.Património:De uns terrenos cheios de silvas e acampamentos clandestinos, com rectângulos de relva para treinar, edifícios degradados, um estádio (MARAVILHOSO) estruturalmente ultrapassado, onde em muitos locais chovia no interior.Passamos para a real noção de qual era o nosso património (com escrituras, registos e tal) e nele se edificou o que poderam (re)ver amanhã, estruturas de topo desportivo (estádio 5 estrelas da UEFA - MARAVILHOSO), sede imponente, loja gigante, shopping com áreas diversas e multifuncionais, e uma academia digna do melhor clube do mundo.Desportivamente:Voltámos a ser campeões nacionais de futebol, renasceu o nosso orgulho, o Sporting saiu à rua e viu que era grande, "um imenso Portugal", alegre, festivo, vertical e fiel.

O nosso lema foi realizado:ESFORÇO, DEDICAÇÃO, DEVOÇÃO e GLÓRIA

Eis o SportingA formação é campeã em todos os escalões, as estrelas nascem em anos sucessivos, a única surpresa é quem será o próximo.As modalidades de alto rendimento foram todas campeãs, nasceu um novo gigante o Futsal, o atletismo conquistou a europa, e outra vez tivemos os Jogos Olimpicos riscados de verde e branco.Dirigentes:Coragem, inovação, seriedade, respeito, o caminho trilhado foi o mais difícil, fazer o que ninguém tinha feito, abandonar as estruturas que dirigem o futebol, ir contra corrente, estabelecer limites e cumpri-los, reduzir orçamentos e manter a competitividade, valores record de vendas, aquisição de jogadores de qualidade mundial.Agora vamos misturar isto com as criticas, assumir os erros e as formas de os corrigir, traçar objectivos ambiciosos e descobrir a equipa que nos fará maiores.Quem faz tudo isto tem de errar, se errou demasiado, ou se há alternativas, é o que devemos discutir, e será julgado em eleições, mas entretanto...Amanhã é dia de jogar à bola um jogo importante e muito difícil, vamos fazer o adversário sentir o que é jogar no "Coliseu".Soltem os LEÕES!!!!!!!!!!!!!!



Lmgm, os meus aplausos!

sexta-feira, fevereiro 3

Nuno Assis acusa "doping".

Ronald Koeman, treinador do Benfica, convocou 19 jogadores para o jogo de sábado, em Leiria, a contar para a 21ª jornada.

Convocados no SLB
Moretto e Quim;
Anderson, Luisão, Léo, Alcides, Nélson e Ricardo Rocha;
Petit, Karagounis, Geovanni, Manuel Fernandes, Beto, Simão e Laurent Robert;
Marcel, Nuno Gomes, Manduca e Marco Ferreira.

Mantorras (só fez dois treinos depois da CAN), Miccoli e Moreira (lesionados), Karyaka (sob inquérito disciplinar) não fazem parte dos planos do técnico holandês.

Quem também fica de fora é Nuno Assis que está suspenso preventivamente por ter acusado positivo num controlo anti-doping, realizado após o jogo Marítimo-SLB. O jogador desmente que alguma vez tenha recorrido a substâncias proibidas e o médico que o acompanha também já referiu que pode provar a inocência do atleta.

quinta-feira, fevereiro 2

Seminário Movimento Sporting Renovado - uma outra interpretação!

"Como referimos no último Boletim, a única reflexão dos sportinguistas nesse Sábado seria a vitória contra o Benfica, no entanto houve outra, ou outras. Aliás, era suposto haver. Referimo-nos concretamente ao Fórum organizado pelo Movimento Sporting Renovado. Um Fórum que apresentou dois presumíveis candidatos, em que nada os distingue, e mais um que é Guilherme Lemos que revelou a sua fragilidade, confessando que tinha ficado sentido por não ter tipo oportunidade de intervir. Sobre Aguiar de Matos, supostamente candidato, por onde andou ultimamente? Sobre Dias Ferreira, que solicita agora uma auditoria sobre aquilo que ele próprio aprovou, defendendo igualmente a actual política durante todos estes anos, surge agora dizendo que afinal está tudo mal..., como se aparecesse agora, sendo apanhado de surpresa. Afinal no seu melhor estilo, hoje é tudo bom, amanhã, e sobre o mesmo, já está tudo mal.
Aparentemente sem projecto, Dias Ferreira, inspirado em palmadinhas nas costas e aplausos de pé, apostou para já numa pré campanha trauliteira. Aflito, “dispara” sobre aqueles que ainda ontem defendia acerrimamente. É mau sinal, porque se esta tendência não for alterada e se não se discutir efectivamente futuros projectos vai-se entrar numa escalada francamente desbocada, e de mão na anca.
Dias Ferreira e Soares Franco têm ambos telhados de vidro sobre a gestão destes últimos dez anos, como também, o que ao tráfico de influências diz respeito.
Se esta campanha, ou pré campanha, não mudar de rumo, o Sporting corre o sério risco em que o seu próximo Presidente seja eleito por demérito..., porque é o menos mau. Recomenda-se contenção.
Assim, e face ao cenário actual, e se entretanto nada mudar, será praticamente inevitável que uma terceira via comece a ganhar forma, não se revendo ao que tem sido exposto. Uma terceira via de sportinguistas anónimos, sem ligações ao establishment leonino. Uma terceira via que una as nossas ambições desportivas, às nossas tradições históricas, implementando por via disso novas formas de gestão. Uma terceira via sensível aos adeptos, sócios e ultras sportinguistas, e a tudo o que os rodeia.
Em suma, uma terceira via independente, PORQUE HÁ MAIS SPORTING PARA ALÉM DO PROJECT FINANCE.
"

Retirado do Ofensiva 1906

Seminário Movimento Sporting Renovado.

"Vim de lá com a certeza reforçada que Dias Ferreira será, de uma maneira ou de outra, um actor principal das eleições. O homem é um leão, está mais feroz que nunca, e quanto mais o espicaçarem mais luta ele vai dar. FSF, burro, está a levar a batalha para onde nunca poderá ganhá-la: a truculência, o debate olhos nos olhos, a ofensa pessoal."

Retirado do BnR B.

quarta-feira, fevereiro 1

Especial Eleiçoes II e meio

O que se segue é a continuação da resposta ao nosso "sportinguista preocupado". Chamo a atenção aos nossos leitores de que o tom é o de uma conversa "electrónica" e não o de um post, visto que nem tinha sido escrito com o objectivo de ser publicado e só fará sentido quando visto como um complemento da primeira parte, divulgada pelo João uns posts abaixo.

«Sobre o capítulo das modalidades seria, provavelmente, capaz de escrever um tratado, não só porque se trata de um assunto que me interessa particularmente, mas por ter um conhecimento aprofundado sobre o funcionamento das mesmas neste país e, em particular, no Sporting, visto ter sido atleta do clube em diferentes ocasiões. Apesar de me custar assistir ao "emagrecimento" das modalidades .- as que mais prezo há muito desapareceram - tenho de admitir e, até, aconselhar, a sua extinção. Será mais fácil implantá-las no futuro se forem destruídas as bases da sua gestão actual, assentes em princípios ultrapassados e incompatíveis com as necessidades do Clube - no seu todo.

Dizes: "Está mal. Isto decorre tão só de uma cultura de preguiça, derrotista, de nenhum esforço na procura de soluções e de cegueira perante as condicionantes." E tens toda a razão. Infelizmente, a cultura a que te referes está longe de se limitar às direcções dos clubes, está antes profundamente enraizada nas estruturas de gestão das diferentes áreas, leia-se secções.

Gostaria de saber que alternativas propões para inverter a tendência, estando disponível para partilhar contigo as minhas (terá de ser à parte, senão este mail virava a bíblia)

Acrescento apenas que não me parece difícil a construção de um pavilhão próprio, tarefa para qual se pode garantir financiamento público com razoável probabilidade de êxito.

Compreendendo as críticas relacionadas com a SAD e sua gestão, fico, contudo, com pena de continuar sem saber qual o modelo que acreditas ser preferível ao actual e qual a forma de o implantar. Relativamente às tuas críticas, deixo-te o meu ponto de vista.

Parece-me que, desde que o Sporting mantenha o controlo, está salvaguardada a influência dos sócios sobre a estrutura accionista da SAD.

Sendo absolutamente legítimo e natural que condenes a forma como os actuais e anteriores dirigentes conduziram os destinos do clube nos últimos 10 anos, não deixo de ficar "chocado" com o tom que empregas: independentemente do resultado da sua gestão, acreditas realmente que não fizeram o que achavam ser melhor para o Sporting, mesmo que estivessem enganados?

Em suma, aqui fica aquilo com que não concordo:

Continuo a acreditar que a avaliação global do tão referido "projecto" tem, até ao momento, de ser encarada como positiva. Numa encruzilhada fundamental para o futebol português e para o Sporting, José Roquette indicou um caminho extremamente corajoso, que me parece ser o único viável para a sobrevivência, mesmo se ele próprio nem sempre foi capaz de o trilhar com a devida precisão.

Todos os projectos a prazo são idealizados com base em pressupostos, que nem sempre se verificam. A falta de sucesso na sua aplicação não significa que as ideias fossem más à partida. Assim, é inevitável que os erros apareçam e não conheço nenhum trajecto equivalente ao que foi traçado pelo Sporting nestes dez anos que não tenha sido afectado por erros e desvios.

No plano teórico, concordo com FSF quando este aponta a necessidade de reavaliar os princípios que levaram às escolhas do passado para os adequar à realidade do momento. Acho que isso poderá ser feito sem que seja posto em causa o seu - e de outros - papel no referido período. Não é, no meu entender, por se ter participado no traçar de um caminho que se perde legitimidade para "acertar" o rumo. Por isso encaro como natural a postura de José Roquette, pois seria irresponsável não reconhecer a necessidade de "actualizar" o caminho a seguir em função da evolução da realidade, face ao projecto que lançou.

Introduzo aqui um pequeno "à parte": a referência de FSF ao sector dos negócios de conteúdos e multimédia não constitui uma mentira pois, apesar de não constar do texto que transcreves, a aposta nesse campo consta de inúmeros documentos posteriores.

Assim, parece-me que, no essencial, a nossa opinião diverge apenas na avaliação daquilo que foi o sempre presente "projecto Roquette":

Enquanto tu o consideras um fracasso rotundo, eu mantenho que, no essencial, foi importante para o futuro do Sporting, mesmo se foram cometidos erros e se partiu de pressupostos errados.
Por uma previsão desajustada, desadequada implantação e manifesta má gestão, os proveitos anuais sonhados para a vertente imobiliária nunca passaram do campo da imaginação - a extinta Sporting, Comércio e Serviços merecia melhor orientação e não precisava de um gestor incompetente -, a "mina" - absurda - dos conteúdos esbarrou no "reality check" proporcionado pelo fim do "boom" das "dotcom", e a relação entre a estrutura empresarial e a gestão desportiva foi frequentemente afectada por um autismo prejudicial às ambições competitivas.

Ainda assim, quando se torna necessário fazer um balanço, não posso deixar de me pronunciar de forma positiva, tendo em conta o sucesso na reestruturação do clube, na racionalização da gestão financeira - na globalidade do universo leonino mas, particularmente, na SAD -, na contribuição decisiva para a credibilização do futebol português, no espírito pioneiro e corajoso que abriu portas que outros não tardaram a transpor e na mudança de mentalidades que operou na opinião pública nacional. Se o futebol é hoje bem diferente, para melhor, do que tínhamos em 1995, em muito a evolução se deve ao papel desempenhado pelo Sporting.

Dito isto, tenho de acrescentar que me assaltam muitas dúvidas no que à candidatura de Filipe Soares Franco diz respeito. Será necessário que, nos próximos tempos, esclareça algumas das suas posições e apresente a equipa que tenciona reunir para as implantar. Infelizmente para o Sporting e para a qualidade do debate que se impõe, surpreende-me a ausência de alternativas credíveis, quer no campo das ideias, quer no plano pessoal. Mal estariam os leões se qualquer dos actuais candidatos que representam a oposição ao "status quo" chegasse à liderança do seu clube, sobretudo sem expor uma única intenção clara ou ideia concreta.

E, por isso, te pergunto também a ti:

- qual o modelo de gestão para o futebol?
- qual deverá ser a política financeira do clube, relativamente às suas obrigações, às modalidades e ao futebol?
- onde estão as alternativas oriundas da "oposição"?

Um abraço,

Jean-Paul»

Sporting - Especial Eleições II


De seguida, passo-vos o resto do mail que ficou pendente no dia de ontem e que completa o post “Eleições Sportig I – Património”. Gostaria de acrescentar que as seguintes palavras são de um adepto sportinguista que nos pediu para publicar o seu discurso aqui no Sector. Por acharmos que seria uma óptima oportunidade para debater um assunto que merece todo o debate e por ver que cada vez mais os sportinguistas continuam divididos, que comece o debate. Eu pessoalmente tenho uma opinião distinta. Depois explico porquê.

Modalidades:

Uma vez mais FSF vai pelo facilitismo. Não se auto-financia, fecha. Assim, sem mais, sem um esforço, sem criatividade, sem a mais leve busca de soluções, parcerias, o que seja, que permita defender um património de um século.Está mal. Isto decorre tão só de uma cultura de preguiça, derrotista, de nenhum esforço na procura de soluções e de cegueira perante as condicionantes.Se o andebol tem 70 espectadores, isso não poderá dever-se à falta de um pavilhão em condições próximo da zona histórica do Clube? Pelos vistos, FSF não está interessado em saber. Dá-lhe menos trabalho fechar a porta.Quem sabe um dia não dirá o mesmo do futebol, atingindo assim o almejado equilíbrio económico: zero receita, zero despesa...

Tudo isto se torna ainda mais risível se conjugado com a propalada intenção de construir um novo pavilhão. Então a ideia é ficar apenas com uma modalidade de pavilhão (andebol ou futsal, visto que o atletismo parece intocável), e vai-se construir um novo? Para os jogos de uma única modalidade? Que espécie de rentabilidade terá esta infra-estrutura? Uma vez mais, populismo puro. A promessa de um pavilhão nestas condições não é mais que uma cenoura pendurada no nariz do burro, para que ele aprove a venda de património. Mais um insulto à inteligência.

SAD:

Não me repugna a redução da posição do Clube desde que se conserve ocontrolo. Segundo sei isto está blindado nos estatutos da SAD, e só será modificado com o voto favorável do accionista Sporting. Espero que não haja a ousadia de ser dado um voto destes sem prévia anuência da AG do Clube (um pouco à maneira da rábula das AGs de 2003). Quanto aos investidores, não tenho ilusões. Também me agradaria a ideia romanceada de um "capitalismo popular sportinguista", com as acções exclusivamente na mão de sócios. Sei no entanto que isso é irrealizável.Procurem-se pois os melhores parceiros.

O que está em causa:

Como expliquei, discordo de algumas das ideias de FSF e aprovo outras. Mas ainda que concordasse com tudo, ainda que as palavras de FSF fossem a expressão exacta do meu pensamento, estaria contra ele e a sua candidatura, por questões puramente pessoais.Este FSF que vos fala é dirigente do Sporting desde 96 ou 97. Acompanha o Projecto desde a sua "primeira infância". É responsável por ele. Tinha poderes decisórios. Votou as deliberações que fizeram com que tudo se concretizasse.Se não concordava com o que estava a acontecer, e não se demitiu, a sua falta de convicções desaconselha-o para presidente. Se concordava, tem culpas no cartório, e também não serve para um tempo que se espera novo.FSF é uma das primeiras figuras do Projecto que agora quer demolir. E como já foi dito: não tem qualquer moral para continuar.O que FSF pretende é transformar-se em paladino de ideias contrárias às que têm regido o Clube na última década, fazendo de conta que não é ele próprio um dos principais responsáveis pelo facto de o Sporting ter passado dez anos num caminho que, comprova-se, era errático e inconsequente.

Salvas as devidas proporções, é como se no final da II Grande Guerra o Goering, em vez de ser julgado em Nuremberga, se propusesse para liderar a Alemanha em democracia, defendendo a coexistência pacífica com os estados vizinhos e a integração dos judeus. Não pode ser. Este transformismo de FSF, Roquette, Ferreira da Silva E outros mais que hão-de seguir-se, é um espectáculo repulsivo. Queremmascarar aquilo que é o colapso de um conjunto de ideias, supostamente concebidas e executadas por entes superiores e iluminados, e fazer de conta que é apenas uma "evolução". Não é. Isto que FSF quer fazer é exactamente o contrário do que foi o objectivo de dez anos. A este respeito, a postura de Roquette choca-me particularmente. Vê-lo apoiar FSF, sufragando as suas ideias de liquidação do património imobiliário, é, para voltar à metáfora política, o mesmo que ver o Marx levantado do túmulo a defender com unhas e dentes as virtudes da propriedade privada (e eu até tinha algum respeito por Roquette, e pouco ou nenhum por Marx).E podia dizer-se que estas pessoas apesar de tudo reconheciam o erro e as suas responsabilidades nele.

Mas não. Aparece FSF com tretas sobre nova economia, multimédia, aviões que entram em torres e outras balelas de que nem me quero lembrar para não me irritar ainda mais. Isto é o traço distintivo de dez anos de Projecto: incompetência, fuga às responsabilidades, insulto à inteligência.Desafio FSF a mostrar um plano, um projecto, uma carta de intenções, um único documento, um só que seja, da época do início do Projecto, em que seja referida a "nova economia" como sustentáculo essencial do projecto empresarial do Sporting.Tenho aqui à minha frente o jornal do Sporting que relata a AG em que Foi aprovada a constituição da SAD e a construção do estádio (4 de Junho de 1997). A palavra a José Roquette:

Citação:

As acções da SGPS vão estar na Bolsa. Acreditamos nas quatro Sociedades que a compõem - a Desportiva, a do Estádio, a de Serviços e a Imobiliária. Acreditamos que isto é possível.

A estrutura do grupo empresarial era esta. Quatro sociedades, nem uma dedicada à multimédia ou aos conteúdos. FSF mente.E mesmo que a "nova economia" tivesse sido prevista, que relação teria o seu colapso com a ruína dos investimentos imobiliários, que é disso que se trata? Não consigo perceber.Acresce que FSF em particular já declarou ser contra a existência de sócios com poder de decisão e a favor da extinção de todas as modalidadesà excepção do futebol. Isto dá-nos elementos preciosos para interpretar as suas actuais propostas. Quando diz que se deve abdicar de uma das modalidades profissionais, e depois que o Sporting deve centrar-se naquilo que faz bem (futebol e atletismo), está a dizer que a prazo só quer ter futebol. Quando diz que admite a redução da participação do Clube na SAD para níveis minoritários, está a dizer que pretende retirar aos sócio toda e qualquer fiscalização (já nem digo intervenção) sobre os destinos das actividades do Clube.

Concluindo: a postura de quem pretende passar uma esponja no passado é indecorosa. FSF não tem pinga de crédito para protagonizar o futuro do Sporting, precisamente porque tem graves responsabilidades no fracasso que foi o passado recente. Mudar de opinião não basta, muito menos quando não há a humildade de reconhecer os erros e se sacode a água do capote, atribuindo tudo a factores exógenos. E ainda por cima quando, antes de sercandidato, expôs em toda a sua pureza a "democraticidade" do seu pensamento...

A gente do Projecto não serve. É a mesma pandilha de sempre, travestida numa suposta "renovação" ou "evolução", mas conservando a mesma arrogância intelectual e desprezo pelo que é uma verdadeira cultura de Clube. Reconduzi-los seria bater palmas ao que foi uma gigantesca mistificação, mantida durante anos perante milhões de pessoas; seria aprovar mais um Projecto, ignorando o que foi o primeiro.

O que é urgente:

Depois da AG haverá a batalha das eleições. Afigura-se-me muito difícil.Voltando à política, o Projecto é uma espécie de partido no seio do Sporting. Representa uma determinada corrente "ideológica" e um certo posicionamento social, e tem um grau muito razoável de organização e regeneração.Tal como os partidos de verdade, estando no poder há tanto tempo, criou uma teia de cumplicidades, hábitos e dependências, que se instalaram nas estruturas anquilosadas do Sporting. Muitas vezes o escrevi aqui: o Project o "armadilhou" o Sporting. Criou estruturas tão complexas, fomentou relações e dependências tão estreitas com certo tipo de meios e entidades, que agora é muito difícil algum estranho conseguir penetrar no círculo fechado.Será muito complicado derrotar o status quo. A massa associativa do Sporting, já de si com perfil conservador, está muito habituada a que sejam estes os dirigentes do Sporting, e, apesar da evidência do descalabro, tenderá a assustar-se com a habitual cantiga de "nós ou o caos".Acresce que os cinquentenários têm sido apaparicados pelo Projecto, uma atitude que teve pouco de ingénua.Penso que é um imperativo de sportinguismo que as candidaturas de Oposição que se perfilam se unam em torno de uma só. A batalha é desigual à partida, e estará perdida se o Sporting inconformado que ainda subsiste se apresentar dividido

O desfecho:

Eu como outros (muitos outros felizmente) vivem este clube com a paixão de quem vive a sua própria família, e vivem hoje momentos de grande apreensão e frustração. Frustração por tudo aquilo que já fiz menção e sobretudo porque temos a perfeita consciência que o Clube vive claramente abaixo da sua grandeza. Claramente abaixo do peso da sua riquíssima história, pincelada com 100 anos de glória ao serviço do Sporting mas também ao serviço do desporto em Portugal, para o qual durante estes 100 anos de existência, contribuiu decisivamente levando o nome de Portugal aos quatro cantos do mundo, fosse no futebol, no atletismo, no hóquei, no ciclismo, ou noutra qualquer modalidade, produzindo e lançando campeões que nos encheram e enchem de orgulho.É imperioso neste tempo de absoluta decisão do presente e futuro do Sporting que todos participem, todos contribuam. Mas que o façam despertos, elucidados e de maneira construtiva rejeitando a mentira e a falácia. Os sportinguistas valem muito mais que isso, valem muito mais que isso. Que o clube siga o caminho que os sportinguistas decidirem e não meia - dúzia de barões. O Sporting Clube de Portugal não é só nosso, também é das gerações vindouras.

Ass: "Um Sportinguista Preocupado"

Miccoli : o que esperar do italiano?

  • 586 minutos jogados
  • 9 jogos a titular (8 vitórias, 1 derrota)
  • 1 golo marcado
SCP-SLB - Jogou 90'. Resultado final: 2-1
SLB-Leiria - Jogou 77'. Resultado substituição: 3-0 Resultado final: 4-0
Penafiel-SLB - Jogou 63'. Resultado substituição: 0-2 Resultado final: 1-3
SLB-Guimarães - Jogou 83'. Resultado substituição: 2-1 Resultado final: 2-1
FCP-SLB - Jogou 14'. Resultado substituição: 0-0 Resultado final: 0-2
SLB-Nacional - Jogou 62'.Resultado substituição: 0-0 Resultado final: 1-0
Setúbal-SLB - Jogou 61'. Resultado substituição: 0-0 Resultado final: 0-1
SLB-Paços Ferreira - Jogou 61'. Resultado substituição: 1-0 Resultado final: 2-0
SLB-Académica - Jogou 75'. Resultado substituição: 1-0 Resultado final: 3-0

Em 9 jogos com Miccoli a titular o SLB somou 8 vitórias e apenas uma derrota (em Alvalade). Contudo, estes
números de pouco servem para fazer qualquer extrapolação da produtividade do jogador. Além disso, é preciso não esquecer que Miccoli chegou já com a época em curso, à procura da boa forma. No "Dragão" lesionou-se e teve uma recaída um mês depois, em Paris. Neste momento o avançado italiano recupera de nova lesão.

terça-feira, janeiro 31

Eleições Sporting I - Património


Sem que muita gente se tenha apercebido e, para isso a brilhante vitória na Luz ajudou e muito, em Alvalade já se vive ambiente de eleições. Dias Ferreira e Filipe Soares Franco perfilam-se como os mais fortes candidatos a ocupar a presidência do Sporting. Ambos partilham convicções opostas sobre os mesmos temas, ambos têm deixado divididos os adeptos sportinguistas.
Paralelamente a isso, há tempos tivemos a oportunidade de ter uma discussão via e-mail sobre diferentes temas e a qual publicaremos aqui no blog.
Começaremos pelas questões levantadas pela venda do património. Vender, não vender ou vender apenas o necessário. Dois pontos de vista aqui....
Dizer que devemos livrar-nos de todo o património não afecto às finalidades do Sporting é redutor. As finalidades são meramente desportivas, mas em torno delas existem áreas de negócio específicas do Clube e que não devem ser alienadas.A FanLab, por exemplo, não é um equipamento desportivo, e todavia serão poucos ou nenhuns os que defendem que seja vendida. E porquê? Justamente porque opera numa área de negócio - a exploração da marca Sporting que é própria do Clube e tem um lugar na sua esfera de actividades.A minha posição sobre isto é pois muito simples: devemos livrar-nos do património afecto a áreas de negócio totalmente estranhas a um Clube desportivo. E isto implica distinções:
- O edifício do Visconde é o exemplo prototípico de uma área de negócio estranha ao Clube. É um edifício de serviços, não serve nenhuma finalidade específica do Sporting nem explora a sua marca. Admito que seja vendido, com uma ressalva: faria sentido que o piso ocupado pelos serviços do Sporting permanecesse nosso. Por uma questão de princípio (para não sermos inquilinos em nossa própria casa) e também porque a venda de tudo nos obrigaria a pagar uma renda certamente elevada.
- A Alvaláxia é um caso diferente. Parece evidente que não tem qualquer viabilidade enquanto espaço comercial apenas vocacionado para os dias de jogo (aliás, parecia evidente desde a primeira hora, e o estranho é que alguém tenha pensado o contrário). Nesse sentido, a solução da Alvaláxia será transformar-se num centro comercial como os outros, livrando-se da sua conotação clubista. No entanto, e sem conhecer os números, parece-me má ideia vender à pressa e em baixa. O desenvolvimento na área do antigo estádio (qualquer que ele seja; um dia se descobrirá) será certamente um boost à potencialidade do centro comercial, e permitiria uma negociação em condições mais favoráveis.
- O bingo é um caso especial. Tem profundas tradições no Clube, ao qual sempre esteve associado. O facto de ser "o bingo do Sporting" foi sempre uma marca distintiva, o que me leva a pensar que tem o seu lugar na esfera de actividades do Clube. O que acontece é que não pode ser tratado de acordo com a "lei do menor esforço", que é aquilo que faz FSF. O bingo passou de um lucro de 1,5 milhões de euros anuais para uma exploração deficitária. A solução do presidente é fechá-lo. A solução do bom senso seria reavaliá-lo, tentar perceber as causas de tão abrupto decréscimo de receitas e corrigi-las. Nem sequer parece muito difícil, dado que o declínio do bingo coincidiu com a sua mudança de instalações.
- A clínica CUF e o Holmes Place são casos de fronteira. Não tenho conhecimentos que me permitam concluir se a marca Sporting é ou não um elemento determinante na respectiva exploração comercial. Se não for, nãome repugna que sejam vendidos. Sobre a questão do património há que ter presente o seguinte: durante uma década a edificação destas infra-estruturas foi o holiest of holies do Projecto. Sempre que se apontava o desinvestimento desportivo, logo aparecia alguém a justificar-se com o esforço empreendido na construção civil, que não só nos daria equipamentos desportivos de primeiro plano como nos proporcionaria rendimentos imobiliários fundamentais para o crescimento e sustentação futuros do Clube.
Já se percebeu - como foi avisado em tempo - que isto era mentira. Os equipamentos desportivos que temos, são os que os nossos rivais têm; e o património imobiliário é uma manada de elefantes brancos deficitários.Significa isto, em linguagem prosaica, que o Sporting comprou um Porco inteiro e vai comer apenas os ossos, deixando para outros o lombo. Ou seja, metemos mãos a edificar património, endividámo-nos para isso, deixámos de fazer outros investimentos, e agora vamos vender com pequena mais-valia (se é que haverá alguma), para que no futuro outros, mais competentes, rentabilizem esses espaços.Os equipamentos cuja venda FSF propõe custaram 35 milhões de euros a construir (números de Rui Meireles em entrevista). Em cima disto terão sido pagos juros que não posso contabilizar. Se o valor da venda for aplicado na redução do passivo correspondente àqueles equipamentos, como é anunciado, que mais-valia será esta, que nos permitirá pensar em pavilhões e pistasde atletismo? Não brinquem (ainda mais) com a inteligência dos sportinguistas, por favor.

"um sportinguista preocupado"

"No que diz respeito à tua análise à possível alienação do património imobiliário, concordo, na generalidade, com o que é exposto sobre oVisconde de Alvalade, o Alvaláxia, o Bingo, a Clínica e o Holmes Place. Devo, contudo, fazer algumas ressalvas relativamente às conclusões: Penso que ninguém equaciona a venda do referido património sem consideráveis mais-valias, razão pela qual não se torna absurdo o esforço financeiro realizado para o edificar. Aí estará o cerne da questão, já que, caso seja possível um encaixe de capital significativo, o referido património poderá,por via indirecta, produzir parte dos efeitos pretendidos inicialmente. Ou seja, sendo a estrutura de gestão incapaz de gerar os proveitos um dia idealizados através da exploração das áreas construídas, a venda poderá ser a solução racional. Não posso ainda concordar com a ideia de que o Sporting possui estruturasdesportivas e património edificado equivalente ao dos rivais: o centro de estágio utilizado pelo FC Porto não lhe pertence e o usufruto bem pode estar dependente da vontade política de um futuro "ocupante" da CM de Gaia,enquanto a futura casa encarnada no Seixal deve ser a única no mundo acontar com três primeiras pedras, mas as outras teimam em não aparecer. Emúltimo lugar, é preciso não esquecer que ainda existem mais-valias porrealizar no âmbito do acordo de permuta de terrenos efectuado a quando da adesão à organização do Euro' 2004”


JEAN PAUL LARES

Simão....Prima-dona!?

Nem é querer lançar mais confusão para os lados da Luz, mas realmente alguém é capaz de não estranhar estas palavras proferidas no site oficial do capitão benfiquista!?

“O Benfica perdeu e bem. O Sporting esteve mais forte, mais unido e com exibições individuais bem apoiadas por todo o conjunto. No Benfica foi o contrário. Não houve o devido apoio a quem podia decidir o jogo...”

“pois que dizer perante tamanho descalabro?”“Pouco ou nada, a não ser procurar dentro do clube, do grupo de trabalho e de todos aqueles que directa ou indirectamente fazem parte da estrutura, as razões que levaram a uma alteração tão acentuada daquilo que foi a filosofia do campeão a época passada e o que se preparou para esta época - Grandes diferenças, sem dúvida!”

"Pode ser que ainda se vá a tempo de encontrar o caminho certo. Estamos a meio e muita coisa pode mudar. Esperemos que seja para melhor”

Um a um ao intervalo.



É verdade, depois do bebé Miccoli, o bebé Sá Pinto. Neste campeonato estamos empatados.
Ps: no campeonato dos cortes de cabelo o SLB ainda está em vantagem, eu sei.

Todos diferentes, todos iguais.

"É um lance polémico devido ao comportamento do auxiliar. Ainda não vi o lance na televisão, mas já me disseram que o meu jogador estava adiantado. Se assim foi, foi um lance irregular. Mas desta vez fomos beneficiados, e de outras, como contra o Benfica, fomos prejudicados. O que fica para a história são os três pontos."

Nelo Vingada, atropelando a lógica, para justificar que aprende depressa.

Estas declarações do mister Nelo demonstram bem a incoerência de alguns que, do alto de uma postura "doutorada", nos obrigam a perceber a origem das coisas.

A reter, das palavras do insuspeito Nelo:

1 - O lance em si não é polémico. O comportamento do fiscal sim. Contesto: aquele auxiliar que não viu a bola um metro dentro da baliza, até podia ter coçado os testículos em vez dos olhos. Apesar deste comportamento poder ser mal interpretado, o que interessa é que a bola entrou.

2 - Nelo admite que está rodeado de pessoas honestas, ao ponto de estas lhe confirmarem a ilegalidade do lance do golo. Boa. Gente grande. Ah, mas espera, ele continua a palestra. Fala agora em anteriores erros que prejudicaram a Académica. Mas isso justifica o roubo? Nem sim, nem não. Mister Nelo remata a oratória com um interessantíssimo exemplar de pragmatismo. E ainda dá um toque na história.

3 - O SLB. Claro, Nelo. Com tantos exemplos, falas no SLB. Quem te daria ouvidos se falasses noutro clube qualquer, ou num jogo em que a bola não entrou mas o golo contou?

Nelo, não estou irritado contigo - já com o nome "Nelo" não posso dizer o mesmo - mas vê lá se, nestes dias de benefícios, aprendes a calar-te. Isso seria porreiro.

segunda-feira, janeiro 30

Líder na classificação e no disparate

Lá está. Eu tinha acabado o meu último post por advertir que a insistência neste sistema táctico traria dissabores ao FCP e que seria já no próximo jogo. Bem dito, bem feito. O esquema de jogo que aparenta ser de grande profundidade ofensiva é triste, cinzento e inofensivo, relevando um ataque insípido e uma defesa desprotegida.

Fosse este o Rio Ave de Brito em vez de Sousa e quase de certeza que ficariam 3 pontitos nos Arcos. Mas felizmente não é e veio um ponto para o Dragão. É verdade que o Rio Ave pouco ou nada fez para merecer o empate, limitou-se a defender como pôde o ataque atabalhoado do FCP. Também é verdade que só houve uma equipa que jogou o jogo pelo jogo e tentou alterar o inevitável nulo com que começam todas as partidas. A vitória devia ter sido azul e branca, só não foi porque Adriaanse não quis.

Ver o FCP jogar desta forma é como meter gasolina de avião no carro ficando à espera que ele ande mais depressa por isso. Além de não andar mais rápido ainda entope o motor. É óbvio que a intenção de Adriaanse é dotar o FCP de um esquema mais afoito, mas isto não acontece de um dia para o outro e não é a meio da época que se ensaia isto. A vantagem não é assim tão confortável. Eu gostava que o holandês aprendesse com os erros, e se calhar até aprende, tem é que errar muito para tal, o que é chato. Outra teoria é que a culpa é do Riekerink - o homem que orientou o FCP nos dois últimos encontros, fruto da suspensão imposta a Co por ter exclamado a barbaridade - "it's a foult" que como se sabe em português quer dizer a tua mãe é uma granda vaca, e que a ideia do sistema novo não é de Co mais sim do adjunto. Era uma bela maneira de fugir com o rabo à seringa e com a cabeça aos punhos.

No seguimento desta última imagem e, independentemente de toda esta parvoíce holandesa, também não era necessário partir os vidros do carro do homem com este ainda lá dentro, ao menos esperavam que ele saísse, não fosse entrar um estilhaço para o olho de Co. Fora de brincadeiras, é indecente. Espero que os responsáveis sejam encontrados e punidos e que Adriaanse apresente a demissão ou aprenda de uma vez por todas com a merda que anda a fazer. Porra estamos com 4, mas podiamos estar com 6 pontos de avanço!

Um grande Sporting!

Foi, com toda a certeza, a melhor exibição da época. O Sporting tinha necessidade/obrigação de vencer esta partida e soube lidar muito bem com essa pressão. Foi uma equipa personalizada e concentrada num objectivo (a vitória), nunca perdendo a serenidade, mesmo quando se viu a perder injustamente num penalty infantil de Custódio. A supremacia do Sporting foi tal que, tirando o golo, o Benfica não criou qualquer situação de perigo durante os 90 minutos, limitando a sua acção atacante a alguns remates inofensivos de meia distância. Ao contrário, o Sporting foi sempre perigoso quando atacava e criou boas ocasiões, principalmente na primeira parte (lembro-me de quatro oportunidades neste período e de duas na segunda metade).
Paulo Bento optou por recuar Sá Pinto para o meio-campo, entregando o ataque a Liedson e Deivid. Foi uma excelente aposta. Não tanto pela exibição do brasileiro (desinspirado), mas essencialmente pela força e garra que Sá Pinto transmitiu ao sector intermédio, ajudando a ganhar a luta de meio campo. Sá Pinto fez um grande jogo e mostrou que ainda está vivo, terminando com aquela arrepiante e memorável demonstração de amor à camisola na altura da substituição!
Aliás, todo o meio campo leonino esteve em excelente plano. Custódio esteve melhor que o habitual mas Moutinho e Carlos Martins destacaram-se. Moutinho fez um jogo brilhante, voltando a revelar aquela maturidade e classe que fazem dele, com apenas 19 anos, uma certeza do futebol português. Martins fez uma primeira parte de sonho. Fintou, assistiu, rematou...Fez tudo bem. Reentrou mais apagado para a segunda parte mas ainda assim a sua substituição estava longe de se justificar. Paulo Bento apostou então em Nani e deu-se bem. Nani entrou bem na partida e ajudou a acentuar o domínio leonino.
A vitória na batalha de meio campo foi essencial para o pouco trabalho a que o quarteto defensivo e Ricardo foram sujeitos. Abel foi o mais “apertado” mas saiu-se relativamente bem perante Simão. Polga e Tonel estiveram irrepreensíveis no centro da defesa enquanto Caneira fez o seu melhor jogo desde que regressou ao clube.
Para o fim, o maior destaque de todos. Liedson, claro! Falar apenas nos dois golos e no penalty seria redutor. Na verdade, Liedson fez muito mais do que isso. Colocou a defesa benfiquista em constante sobressalto, ganhando todos os lances nas imediações da área encarnada. O pânico criado pelo 31 foi mesmo evidente em alguns lances, com destaque para aquele protagonizado por Moretto na primeira parte. Liedson provou, mais uma vez, que é o melhor jogador da Liga Portuguesa!

A vitória de sábado foi importante por vários motivos. Evitou um adeus prematuro ao título e provou que há qualidade no plantel leonino. No entanto, é imperativo que o Sporting não “escorregue” já no próximo jogo. A equipa sabe que não pode falhar mais até ao final da época...

A minha visão do 'derby'

Já foi há dois dias, mas gostaria de lançar algumas ideias sobre o 'derby' de domingo passado, em que a minha equipa acabou derrotada.
1. O Sporting teve sorte e não justificou a vitória. Só ganhou porque o ábitro não marcou um 'penalty' evidente do Tonel sobre o Nuno Gomes.
2. Antes que os sportinguistas comecem a insultar-me, o ponto 1. seria a visão parcial, desonesta e imbecil de ver a partida. A minha foi outra. Falemos, então, a sério. Acompanho 'derbies' há mais de 30 anos (o primeiro foi em Dezembro de 1973) e nunca tinha visto o Sporting ser tão superior ao Benfica na Luz. Ganhou por dois de diferença, mas poderia ter conseguido uma diferença superior. Fez a melhor exibição da época, enquanto o Benfica assinou a pior.
3. O resultado ao intervalo era enganador e todos percebíamos que, a manter-se a tendência do jogo, dificilmente o Benfica sairia vencedor. Só Koeman não o deve ter entendido, pois nada alterou. Eu teria feito logo duas substituições: saíam o Alcides e o Manduca, entravam o Léo (passava o Nélson para a direita) e o Karagounis. O 'onze' que entrou em campo não era, na minha opinião, o melhor, mas ninguém adivinharia que o Alcides iria jogar tão mal. Mas logo na primeira parte foram visíveis as suas dificuldades. O que fez o Koeman? Manteve-o em campo 90 minutos. Quanto ao Manduca, ou muito me engano, ou será mais um daqueles jogadores que passarão pelo Benfica sem deixar marca.
4. Apesar dos erros que cometeu (o maior dos quais o 'penalty' que ficou por marcar sobre o Nuno Gomes), Pedro Henriques continua a ser o meu árbitro preferido. É muito melhor do que os outros que por aí andam: António Costa, Paulo Costa, Pedro Proença, Olegário Benquerença, Lucílio Baptista, Duarte Gomes, e todos os demais. Deve também ser realçada a acção do árbitro auxiliar: não fora ele e, provavelmente, teriam ficado por assinalar dois 'penalties'.
5. Não esperava o triunfo do Sporting, tal como nem o mais ferrenho adepto deste clube esperaria tão claro domínio, mas também não alinhava pela onda de euforia entre os benfiquistas. Afinal, os jogos com a Académica e o Gil Vicente tinham sido fraquinhos. Aliás, no fim de semana anterior, o Sporting jogou melhor do que o Benfica. Só que empatou e nós ganhámos e as pessoas deixam-se levar muito pelos resultados.
6. Para este jogo, temia em especial Liedson. Infelizmente, os meus temores tinham razão de ser. É um jogador fenomenal. Mas não ganhou o jogo sozinho. João Moutinho terá tido a melhor exibição da época e Sá Pinto também foi um dos melhores (denecessárias as provocações!). Carlos Martins confirmou ser jogador.
7. Espero que Koeman analise bem o que falhou e ponha os jogadores nos seus lugares: a melhor dupla de laterais é, sem dúvida, Nélson e Léo; o Ricardo Rocha parece-me estar em melhor forma do que o Andersson; o Manduca, quando muito, terá lugar no banco; o Karagounis deveria ser titular; o Manuel Fernandes parece-me começar a justificar a troca com o Beto. O Nuno Assis tem de constar do lote de convocados.
8. Aproveito, por último, para desfazer um pouco a ideia de que os reforços do Benfica são a oitava maravilha do mundo. Escrevi há umas semanas que a minha grande esperança da segunda parte da época era a recuperação de Simão, Manuel Fernandes, Miccoli e Karagounis, mais do que as aquisições. Mantenho esta opinião. Moretto é bom guarda-redes, mas depois de dois jogos (mais fáceis) em que esteve impecável, já vacilou um pouco nos dois últimos; Manduca não me parece ser jogador para o Benfica; Robert ainda nada mostrou; Marco Ferreira bem pode vir a ser o "Carlitos da segunda volta"; Marcel justificará avaliação mais adiante.
PS - Não tem que ver com o 'derby', mas não posso deixar de fazer uma referência à imagem que me ficou do Rio Ave-FC Porto: terminado o jogo, Adriaanse abandonava as bancadas, quando foi abordado por um adepto que lhe disse algo do género: "És uma merda! Volta para casa!". Saiu logo em defesa do treinador, o presidente, pessoa do mais fino trato, com um duplo "Vai para a puta que te pariu!".

Pouco rigor ou falta de jeito? Ou nenhuma das duas?

No final do "derby", Moretto foi entrevistado por um jornalista da SportTV. Depois das perguntas da praxe, o jornalista, afoito, mostrando uma "rara" habilidade no manejo do microfone, revelou ainda toda a sua desenvoltura na área da paródia. Perguntou o profissonal-das-perguntas-de-fim-de-jogo: "Moretto, como está a sua relação com o Quim?". Fixe, meu. Mas o que o burgo queria mesmo saber era se a malta que partiu o carro ao Adrianse é a mesma que esteve no Aeroporto da Portela, a dar "miminhos" ao senhor "não-sei-quê". Pois é, não podias saber porque o jogo do FCP foi só hoje. Desculpa.

Na sua crónica diária, o senhor Pais, do "Record", afinfa os leitores com uma pérola que, para ser resolvida, terá sempre que contar com a preciosa ajuda de um personagem tão bem esgalhado, no mínimo, como o de "Sherlock Holmes": "Mas a derrota tem também um rosto, o da prima-dona do finge que corre, que se julga mais do que os outros e com isso destrói o espírito de equipa. É urgente despachá-lo. E de uma vez por todas. Para ti não há pai, Pais.

Num passado recente, estas duas provocações gratuitas, seriam entendidas como "mísseis bem dirigidos" por parte da escumalha da classe jornalística e com cor, claro, bem vermelha.

É a tal história: aproveitar a desgraça alheia. Mas calha a todos, agora, e sempre. Basta perceber que o "eco" feito às declarações de Ronald Koeman, no fim do jogo, não renderam o "desejado". Porquê? Por que foram simples, claras e sem segundas intenções.

A forma como as direcções do SLB e do SCP se entenderam, durante e, em especial, depois do jogo - para o bem ou para o mal - também não foi notícia. Ofendam-se, pá. Se não há "notícias", eles "fazem-nas". Agora, e sempre.