terça-feira, novembro 17

Quem não mata à primeira... pode matar à segunda

Três bolas no poste e a Nação treme agora. Bastaram essas bolas no ferro para Queiroz deixar automaticamente de ser um pé frio. Afinal foi sempre essa a discussão que interessou. Uma questão de bruxos, acasos e superstições muito familiar na equipa das Quinas. Bem, (suspiram os adeptos) antes isso que discutir táctica.

Percebo os adeptos portugueses. A sério que os percebo. Para quê ver um jogo de futebol analisando organizações atacantes e defensivas, transições e marcações à zona ou ao homem? para quê se nos podemos recostar e entregar todo o jogo ao acaso? aquelas que entram e aquelas que não entram? afinal, trabalho já têm e para quê agora ir gastar massa cinzenta a analisar um jogo de futebol? que o faça quem ganha dinheiro com isso! A sério que percebo.

Seja o teórico que já leu todos os livros do Vítor Frade, que já assistiu a todas as palestras ou o adepto mais comum, todos eles têm o mesmo objectivo: a vitória. Não há volta a dar-lhe. Queiroz teve agora a sorte que lhe faltou durante (quase) todo o apuramento. Não, não estou a falar da sorte de ter em Bruno Alves mais faro de golo que em Simão e Nani juntos, estou mesmo a falar das três bolas ao poste contra a Bósnia.

Ah, se tudo viesse do acaso... Toda a gente certamente reparou - mesmo aqueles que não se formaram no Instituto de Motricidade Humana - que a percentagem de posse de bola da Selecção foi mísera. Foi miserável porque foi a mesma que a da Bósnia: 50%. Ora eu sempre ouvi dizer - e não foi preciso ler todos os dias o Paradigma Guardiola - que quando nós temos a bola a outra equipa não pode marcar golo e uma equipa como a portuguesa, com os intérpretes que tem, devia ter guardado melhor a bola, mesmo que isso não lhe valesse o segundo o golo. Bem, preferia especular com bola do que poder sofrer o empate à beira do final, mas isto sou eu...

Já é recorrente com Queiroz. Pé frio ou não, o homem é intranquilo e meio cagarola, e isso ninguém lho tira. Basta vê-lo no banco para perceber isso e para perceber também que perdeu uma oportunidade de ouro para matar a eliminatória. Com isto os bósnios ficaram em alta. Tudo bem, desde que nós não nos amedrontemos. Esta equipa da Bósnia continua extremamente acessível, basta os nossos jogadores e o nosso treinador "quererem".


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