Não surpreendem ninguém as, forçadas, ligações do FC Porto ao insucesso dos outros clubes. Para não variar, Pinto da Costa é mais uma vez elevado a um plano omnipresente e é, desta vez, culpado da rescisão de Domingos com o Sporting. A falta de uma ideia de jogo, visível desde as primeiras jornadas da Liga, e o mau entendimento com algumas decisões da direcção nunca seriam 'puxadas para título' neste novo imbróglio leonino. Lá teria que surgir o 'suspeito do costume'.
Muitas reacções se levantam ao despedimento de Domingos. E de umas e de outras se esperam desenlaces exagerados. Há quem prometa arrependimento, há quem não saiba muito bem o porquê, há quem fique contente e pense que tudo vai mudar. Há também ainda o cruzar de braços, cada vez mais evidente no reino leonino. Nada que não fosse esperado e avançado por quem conhecia, mais o fundo, o percurso como técnico de Domingos Paciência.
Foi apontado aqui, por várias vezes, o 'grau de parentesco' futebolístico entre Domingos e Jesualdo Ferreira. Quem se debruça sobre a forma como são montadas as equipas dos dois técnicos, e sobre as suas contínuas mudanças no onze inicial, saberia à partida que o insucesso de Domingos num clube com as aspirações do Sporting seria o cenário mais provável. Muitas vezes se tentou disfarçar, inclusive pelo voz do próprio técnico, com objectivos mais moderados, passando-se posteriormente a desculpas mais 'esfarrapadas' com declarações completamente absurdas.
A ideia de jogo do Sporting de Domingos não chegaria nunca para devolver ao clube aquilo que ele precisa como pão para a boca. O futebol regular de controle absoluto é a única coisa que um clube em farrapos pode augurar para virar sucessivas situações de má gestão e de incompetência. Mas Domingos preferiu sempre uma estratégia de contenção e tal como o seu 'primo' Jesualdo preferiu sempre mais um trinco, ou mais um 'ala que feche melhor'. Tanto tempo a pensar em fechar, que as chaves de mais uma Liga foram perdidas à custa de uma ideologia que teve sucesso no primeiro ano em Braga, pela abordagem e desconhecimento dos adversários, e no segundo, numa prova a eliminar onde o futebol de transições pode ser rei e senhor.
Que Domingos teve mérito nesses dois anos é inegável, mas que esse estilo nunca serviria para devolver ao Sporting o que ele precisa é também inegável. É uma forma de jogar legítima, como todas elas, mas o clube de Alvalade precisa de acção e não de reacção, precisa de futebol que encante e, digo mais, que provoque ilusão. Isso foi conseguido a espaços, com muito boa vontade dos adeptos, e para mim, o 'não-controle' do jogo com o FC Porto foi a confirmação que todos precisavam de que nunca seria Domingos a elevar o Sporting ao patamar que ele augura. Domingos ficou sempre entre o futebol que seria preciso e sua ideia mais querida.
Dois lados antagónicos que nunca permitiram à equipa encontrar o seu lado mais forte, deixando bem evidente que o técnico nunca se encontrou nesta aventura. Os anos em Braga que, curiosamente, levaram o técnico para os relvados da Academia, foram a causa de o Sporting não ter ideias para segurar, controlar e dominar todos os jogos. Ter que dominar e criar, abrindo espaços, não é a mesma coisa que defender com sete, e oito elementos, e soltar perigosos contra-ataques. Daí o Sporting não ter ideias para assumir um jogo. Tudo parte de um técnico sem uma filosofia ideal para o projecto, tudo parte de uma direcção sem filosofia ideal para o projecto.
Por todas estas razões e mais algumas estava bem visível que a teoria mais usada para explicar de tudo no futebol português teria de vir à baila. Domingos, afinal, foi despedido por ter encontros com dirigentes portistas e nunca por incompetência de quem o escolheu. Teria que ser Pinto da Costa, esse malandro, que já havia escolhido Artur Jorge para dar cabo do Benfica. PC, por razões mais que conhecidas, não é um anjo, mas é muitas das vezes considerado mais inteligente do que é. As vitórias disfarçam muita coisa, e é disso, e só disso, que o Sporting precisa. Não as havendo, até o supra-sumo dos presidentes é criticado. Tome-se como exemplo a manutenção no cargo de um fato e de uma gravata no banco do FC Porto...
9 comentários:
Eu não sei se há algum sportinguista que tenha acreditado na história dos "contactos".
Eu não sei se, de facto, os houve.
Sei que Domingos, como sempre num clube à deriva, viajou 7 meses sozinho.
E sei que os dirigentes do SCP passam incólumes no meio desta época desastrosa até ao momento.
Marco, quanto à análise que fazes do Paciência concordo com tudo, tudo mesmo, o resto são fait-divers.
Não se esqueçam...
O Pinto da Costa é o culpado desta crise...
Humilhou os benfiquistas o ano passado o que levou a um decréscimo da produção nacional, logo à quebra do PIB.
Ahahahahahah :)
Façam o favor :)
Vão ver que vale a pena.
"Porque é que dizem que o Domingos é um “bom treinador”?
http://www.facebook.com/groups/SCP.sporting.sempre/permalink/319752448075953/
Boa analise ao Domingos.
Relativo a questão do PC, são especulações de Jornais fontes anónimas acredita quem quer.
Luís duque ontem disse que não acreditava nos contactos que supostamente ouve.
"E sei que os dirigentes do SCP passam incólumes no meio desta época desastrosa até ao momento."
O erro foi deles, sem duvida. Achas que se deviam demitir?
Pá, até tive pena do Sr. Costa.
Imaginar o ancião sentado a um canto, destroçado, com a sua pequena submissa a seus pés e a murmurar triste "Tudo eu, tudo eu..."
Coitadinho.
É sempre bom fazer os convidados terem pena. Sou um grande fã dos momentos melodramáticos do Daniel Oliveira.
O grande plano das pessoas a fungarem faz maravilhas às audiências e o sector precisa de chegar ao milhão rapidamente.
O Pinto da Costa diz que sabe como foi cozinhada a notícia.
Cheira-me que daqui a nada vai dizer que foi o Benfica o culpado, para provocar desgaste a Vitor Pereira.
Muito divertido.
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