quinta-feira, maio 16

O oito e o oitenta do Benfica deram 'azares' iguais

Da insuficiência ao exagero com um resultado igual. Quem diria que um enorme Benfica traria de Amesterdão para Lisboa o mesmo drama e resultado do confronto no Dragão com o FC Porto? Depois da derrota no terreno do rival os adeptos pediam entrega, atitude, pediam o Benfica que encantou e fez sonhar durante a época. Pediram e tiveram uma equipa que vulgarizou - como já havia feito na época passada - o milionário Chelsea de Abramovich. Mas mais uma vez o síndrome tão português de não querer marcar fez-nos sofrer. Não se pode! Não se pode falhar tantas oportunidades de golo, Benfica! Quem falha tanto (já é cliché eu sei!) põe-se de tal maneira a jeito que o desfecho parece ser igual ao de quem não quer ganhar jogos.

Parece injusto criticar de novo o Benfica depois de na Final da Liga Europa os encarnados terem voltado ao futebol que os caracterizou esta época, mas, para quem não se lembra, esse mesmo futebol - o do alucinante modelo de Jesus - requer golos, golos e mais golos. Revejam-se as oportunidades que o Benfica criou e sinta-se o síndrome e o medo com que os jogadores abordaram a finalização. Reveja-se também a criação de oportunidades noutros jogos com adversários sem nome, que não assustam nem bloqueiam cérebros, para se perceber que a derrota com o 'banal' e boring Chelsea é algo completamente mental.

"Tão fácil não pode ser! Tão fácil é impossível ser", pareciam dizer os jogadores do Benfica à hora do remate que num jogo que passasse despercebido seria golo certo. E, criado por eles, tão difícil se tornou (a missão) que o Benfica teve que sofrer um golo, para depois Cardozo converter sem dó a grande penalidade que daria o empate. Mas aí, já o psicológico tinha enraizada a ideia da derrota tal qual 'pica miolos'. É o mal das equipas que muito produzem mas que se sentem confortáveis no discurso final com o domínio territorial e de oportunidades falhadas. Em futebol, amigos, isso não chega e na Final de Amesterdão também, obviamente, não chegou. A cada oportunidade falhada, a cada pulsação do jogo, o incisivo Benfica de Jesus ia-se destapando, ia quebrando, como que se estivesse à espera da estocada de Ivanovic.

Mas de análises à falta de eficácia na finalização por parte do Benfica, assim como ao cinismo do Chelsea, estarão hoje os jornais cheios. Para o Benfica e para as restantes equipas portuguesas, urge exorcizar o demónio que as bloqueia, que não as deixa marcar para vencer (!) contra os 'adamastores'. E o síndrome passa, a meu ver, pela tal moralidade que é controlar um jogo e dizer que se domina, que se cria, que se fez e se 'aconteceu'. Mas, sabe-se que não marcando não há prémio, não há Taça, nem devia haver consolação possível. Os esquemas e modelos, tão demais apregoados, não são mais que caminhos para o golo. E nos golos nada há de acaso, nem de sorte. Ainda que como, no jogo de ontem, eles sejam bem difíceis de explicar.

Os acasos e as sortes que os decifrem, as direcções, os técnicos, os jogadores e (porque não?) os adeptos, para não haver Bruxos de Fafe a mandar 'papaias' sobre futebol.

25 comentários:

Antonio Silva disse...

Se perder um jogo e empatar outro é vulgarizar uma equipa vou ali e já venho.

Hugo disse...

Discordo que tenham criado muitas oportunidades de golo.
Sem dúvida que jogaram muito melhor e mereciam mais mas pecaram pela falta de "killer instinct", parecendo inofensivos em frente da baliza.
Basta ver que na primeira parte, a melhor oportunidade foi o remate do Lampard

Tiago disse...

Quais oportunidades de golo? A defesa do Cech ao remate do Cardozo e mais qual?
Em oportunidades de golo falhadas ficaram empatadas com o remate do Lampard à barra.
Andar ali a rondar a área, a trocar a bolinha sem sequer rematar à baliza não é ter falhar golos.
Mas pronto, nasceu mais um mito lampião: a final da Liga Europa em que o grande benfas vulgarizou o campeão europeu mas teve azar.

Pedro disse...

Marco, temos tido alguns zaguizados mas não tenho qqr problema em reconhecer o Homem que és. Por alguma razão és o portista mais respeitado da blogoesfera.

Sobre o futebol jogado podia discutir e rebater certas baboseiras que foram ditas (não por ti) mas, sinceramente, faltam-me forças. Adiante.

Jorge Borges disse...

Hugo:
Estou plenamente de acordo contigo. O Benfica foi melhor, dominou, mas na zona onde toda a gente costuma dizer que o Benfica é mais forte (a zona de decisão) ontem ficou aquém. Os jogadores podiam e deviam ter arriscado mais.

O Benfica criou suficientes situações para ter oportunidades flagrantes de golo, teve caudal ofensivo mais que suficiente, falhou na zona de decisão.

O benfiquistas têm razões para estar tristes, mas ontem tiveram motivos para se orgulhar da equipa.

Aos outros:
A mim só achincalha quem eu deixo. É para quem pode, não é para quem quer!

Peyroteo disse...

O Benfica fez um belo jogo e acho que os seus adeptos só podem estar orgulhosos da sua equipa. Claro que vai ficar para sempre aquela sensação mas repito aquilo que disse em 2005, quando o meu Sporting se deparou com situação semelhante: Para sofrer estas desilusões é preciso chegar aos jogos decisivos, é também sinal que se está a trabalhar bem.
Abraço aos benfiquistas pois sei que é um momento complicado de ultrapassar.

Anónimo disse...

Um mito lampião nasce com uma opinião expressa de um portista. Ele há coisas do caralho.

Não sabia que as oportunidades de golo se reduziam apenas a remates. Já vos estou a ver: Torres ultrapassa Luisão, vai isolado, finta Artur mas, no último momento, o brasileiro tira a bola ao espanhol.

E pronto. Não houve oportunidade de golo porque o espanhol andou ali às fintinhas e não rematou.

Marco, mais um grande post, independentemente de se concordar com tudo ou não.

O Benfica jogou muito bem, merecia mais e a entrega foi extremamente positiva.

Os elogios do adversário são a prova disso mesmo. Ramires diz mesmo que o Benfica merecia vencer.

O Benfica está para o Chelsea como o Estoril está para o Benfica. Mas aí já todos acharam que o Estoril fez um grande jogo (e fez) e que blá blá blá.

J. disse...

Não vi o jogo, mas a avaliar pelos comentários depois do jogo quando cheguei a casa já tarde, pensei que o Benfica tivesse de facto feito um grande jogo e que o resultado tivesse sido uma injustiça.

Não sei se assim foi...nem vi os golos ainda, mas a ser assim, acho que os adeptos do Benfica só podem estar satisfeitos pela prestação numa competição que nunca consideraram prioritária.

Estranho contudo esse ambiente de festa na Luz. Prova a fidelidade dos adeptos, mas para mim também prova um dos grandes méritos de LFV e JJ no Benfica.
Numa semana de grandes desilusoes, conseguem ter a maior parte dos benfiquistas com eles.

No SPorting, como sabemos, não foi assim....

Filipe disse...

55% posse de bola e 8 remates enquadrados contra 7 não é vulgarizar o adversário, embora na primeira parte o Benfica tenha estado perto disso.

Analisando só a primeira hora, o Benfica dominou claramente, mas foi inconsequente. O Chelsea, quando tomou conta do jogo, marcou dois golos e mandou uma bola ao ferro. É uma equipa que se dá bem com adversários que assumem a despesa do jogo.

Anónimo disse...

J., são contextos diferentes, apesar de tudo.

O Sporting perdeu em casa, após estar a vencer por um golo ao intervalo, e a ser bem superior.

O Benfica perdeu com o actual campeão europeu. Era, quer queiramos quer não, mais expectável.

E mesmo no campeonato, o Sporting perdeu para o grande rival e isso mexeu (ainda) mais com as pessoas.

Mr. Shankly disse...

O Benfica não vulgarizou ninguém, o Chelsea é uma grande equipa, é campeão europeu e esta "vulgarização" foi feita por Barcelona e Bayern com os resultados que se sabe.
O que o Benfica fez foi um bom jogo, de alta intensidade. Não criou muitas oportunidades de golo, mas teve muito volume e no último terço não teve classe, o que abunda no Chelsea. E teve azar, acho eu.
O melhor que se retira deste jogo é que escusamos de ter medo seja de quem for, mesmo que sejam melhores.

O Anti Lampião disse...

desesperados para encontrar um lampião

https://www.facebook.com/photo.php?v=573738382659458

reparem no sportinguista do segundo 46

o benfica está para o desporto
como o Salazar ...

muito bom

Marco Morais disse...

António, sobre o Benfica não vulgarizar o Chelsea em termos de resultado é o assunto do post. Passo o texto todo a dizer isso, por isso considero errada a sua crítica.

Já em termos de futebol atrevo-me a dizer (ainda mais sublinhado) que o Benfica vulgarizou e de que maneira o Chelsea. Obviamente, não marcando e a cada oportunidade (sim foram oportunidades que noutros jogos estariam lá dentro) o Benfica foi cedendo. Normal. O post fala disso também.

Outra coisa errada, a meu ver, é não haver 'ses' em futebol. Claro que há 'ses', se não que ilações se tiravam das derrotas? Se o Benfica tivesse marcado no período em que fez do Chelsea uma brincadeira os blues sentiriam a pressão que o Benfica foi sentido minuto a minuto. E não marcou porquê? Embora não sendo perfeito, o post fala disso também. Alguém garante que o Chelsea virasse um 2-0 com aquele futebol que se limitou a aproveitar o balanceamento e desnorte psicológico do Benfica? eu não garanto. Em organização ofensiva teria o Chelsea hipóteses? Que o Benfica de Jesus é desequilibrado e se põe a jeito? verdade. Recordo-me de ter falado disso também.

Sobre os elogios ao post, acho que são desmesurados como sempre. Um jornalista, e até um adepto, deve ver um jogo de futebol como vê qualquer outro, ou, no caso de um adepto, o da sua equipa. Tudo o resto é cair em dualidade. Já que se acusam os árbitros de dualidade, talvez se deva tirar primeiro 'a trave do nosso olho'.

Marco Morais disse...

Shankly, concordo. Só devemos ter medo de nós próprios. Seja FC Porto, Benfica ou Sporting. Ontem, como em abril de 2012, faltou finalização. Pois em futebol jogado, o Benfica vulgarizou.

Se a bola estivesse lá dentro, hoje a Europa falaria em vulgarização. E eu falo, mesmo sem golos, porque não acho um aspecto tão difícil de ser trabalhado como outros. Tire-se o peso mental e eles surgem. Aliás, veja-se quantos marcou o Benfica este ano...

J. disse...

Mas acho dificil que se fale em finalização, quando o Benfica tem dos avançados mais eficazes dos últimos tempos ( Lima e Cardozo).
Acho que era mais uma questão mental, como tu dizes e bem no post.

Olha o Dortmund quando recebeu o Real. Achas q ele pararam um minuto a pensar "bolas, estes são o Real Madrid".
Mas é por isso tb que são alemães.
:-)

zorg disse...

Tal como no jogo no dragão, acho que o Benfica teve essencialmente azar. Jogou bem, teve oportunidades, podia ter ganho e acabou por perder. O Chelsea é uma equipa recheada de grandes jogadores, que tem argumentos fortes, também teve oportunidades e acabou por ganhar.

Do que se passou em campo, acho que o empate no final dos 90 minutos seria o resultado mais justo. O futebol não é justo e, tal como no dragão, o Benfica acaba por perder um jogo de uma forma amarga e injusta.

Há alturas em que é difícil continuar a ser ateu! :)

Tasqueiro Emigrante disse...

Ninguém pára o Benfica!


http://tascadepalmeira.blogspot.pt/2013/05/ninguem-para-o-benfica-mais-uma-vitoria.html

Miguel disse...

Zorg, não compares o jogo de ontem com o dragão.

Ontem sim, tiveram "azar". Jogaram mais, correram mais, dominaram as estatisticas todas, e perderam. No dragão não foi assim.

Anónimo disse...

da sorte e do azar.

sinceramente, acho que o Marco é um tipo honesto, escreve de forma brilhante, mas a forma subtil como ele reduz o factor sorte não merece a minha concordância.

Eu sei que o futebol tem muito de competência, de persistência, mas obviamente, porque de um jogo se trata, também tem muito de sorte.

Não posso pois concordar com aqueles que caem sistematicamente nos dois extremos, pois tenho aprendido, ao longo da vida, que aquilo a que chamamos verdade está sempre, invariavelmente, lá no meio, entre a sorte e a competência.

E foi assim também com este benfica. Podemos até dizer que foi a competência a levá-los à final e a sorte a desfazer o sonho de conquistar o título, mas não terá sido, verdadeiramente, um mistura de tudo isso durante todo o percurso, inclusive na final?

Acho que esta mania do elogio exclusivo da competência e o total desprezo pelo factor sorte, que é tão típica dos portistas, sugerindo uma superioridade absoluta baseada nos resultados alcançados, não é justa, porque não é isso que se passa no dia-a-dia de cada um de nós. E o futebol ainda é obra humana.

Podemos conduzir melhor do que todos os outros, mas isso torna-nos invulneráveis a um acidente? Obviamente que quem conduz melhor, terá uma probabilidade menor de ter um acidente, mas essa probabilidade não passa de um número cego, que não olha a aspectos qualitativos ou morais e que não se atemoriza perante a circunstância. Quando acontece, acontece. "Contra todas as probabilidades" dizem alguns. Claro que sim, mas aconteceu, e agora? O que justifica o sucedido? "Se não se tivesse atrasado, se não tivesse aquela reunião, etc. etc.", enfim, uma infinidade de futuros paralelos são criados imediatamente porque temos essa tendência de querer explicar tudo, até o inexplicável.

Para mim o que aconteceu ontem foi inexplicável, e essa é a verdadeira magia do futebol, a magia da própria natureza humana. o benfica foi, de longe, a equipa que jogou melhor, a equipa que certamente mereceria ganhar na opinião da esmagadora maioria de todos os que assistiram ao jogo, mas acabou por perder, e isso não se explica. sofre-se apenas, à espera da próxima alegria, que nos faça esquecer a derrota.

e como se sofre... sou sportinguista, sei do que falo. E apesar de todo o sofrimento nunca me passou pela cabeça, bem pelo contrário, deixar de vibrar com os jogos do meu clube. Em 2005, depois de perder aquela final em casa, e no meio de umas tristes buzinadelas de contentamento por parte de outros, chorei. mas no dia seguinte, inexplicavelmente, o amor pelo clube era ainda maior.

tenho a certeza que hoje todos os benfiquistas sentem o mesmo. e têm boas razões para isso. mereceram ganhar e não tiveram essa sorte. mas digo mais - se mantiverem esta competência será um grande azar não serem premiados nos próximos tempos.

e mais não digo, pois há que guardar energias para o meu clube, de modo a que volte a ganhar a necessária competência para se aproximar novamente dos tão ansiados jogos da sorte e do azar.

Saudações Leoninas

Jorge Borges disse...

As palavras do Adjunto de Benitez à Reuters dizem muita coisa:

http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=402322

Marco Morais disse...

Adolfo Sapinho, muito obrigado pelo comentário e pela oportunidade que me dá de explicar melhor a minha visão de sorte e de azar.

Espero ter tempo mais tarde e espero que volte para ler. =)

zorg disse...

Miguel,

Eu até achei mais injusto, no sentido em que se deveu mais à sorte do que a outra coisa, o resultado no dragão que este.

Ontem o Benfica teve mais bola e foi mais perigoso, mas o Chelsea foi sempre uma equipa perigosa. E ontem o jogo foi muito mais aberto.

No dragão, as equipas jogaram ambas com muito mais preocupações defensivas e o jogo esteve sempre muito mais controlado pelo Benfica, na minha opinião.

Acho que se confunde muitas vezes posse de bola com superioridade, provavelmente na sequência do dominio avassalador do tiki taka nos últimos 4 ou 5 anos. Eu discordo dessa visão.

Anónimo disse...

Marco,

claro que sim. é sempre um prazer ler os teus textos.

zorg,

bem observado. de facto, apesar da grande jogatana do benfica ontem, sempre pareceu que o chelsea teria mais possibilidades de marcar do que o fcp no sábado (os próprios adeptos do fcp sentiram isso). no entanto os adeptos do fcp também sentiram que dificilmente o benfica marcaria um golo, já os do chelsea devem ter sentido muitos calafrios... ou seja, aí reside a beleza do jogo. Há claramente (e haverá sempre) prós e contras em todas as estratégias.

SL

Marco Morais disse...

Adolfo Sapinho,

Compreendo claramente o seu ponto de vista pelo que jamais o meu comentário seguinte será uma crítica ao seu. Crescemos e vivemos com o conceito de 'sorte' e de 'azar' e não acredito que quem os sinta e viva seja intelectualmente mais pobre do quem diz, como eu, que o acaso não existe.

Mas, para mim, sorte e azar pura e simplesmente são subterfúgios para quando não se consegue explicar algo.

Ora, para mim também, somos aquilo que pensamos e a nossa realidade tem 100% a ver com isso. O que é, por exemplo, um melhor condutor? Conheço vários, bons condutores, que já tiveram acidentes, outros maus que não tiveram, mas conheço também o normal. Vários maus condutores que têm acidentes. A condução, contudo, não é como o futebol, poderemos é falar de pilotos e suas decisões na pista em função de pontos e corridas conquistadas.

Tudo é energia, tudo é mental, tudo tem uma explicação que eu, na minha limitação, não lhe consigo dar. O meu problema com 'sorte' e 'azar' é que fico sempre mais longe de conseguir as tais explicações que tanto me desassossegam. Se questionarmos sempre andaremos mais perto da explicação. Se atribuirmos à sorte e ao azar factores decisivos nunca saberemos.

Anónimo disse...

Marco,

Antes de mais desculpa pois comentei o teu post mais recente sem ver que já tinhas respondido a este. Desconsidera pois o "é esta a resposta?" ou algo do género...

Voltando ao tema. Como percebes, e está bem patente no que escrevi, eu não desconsidero o factor competência, bem pelo contrário.

Obviamente que ele é o determinante fundamental de tudo o que sucede na vida, seja futebol, seja o que for. Todos os dias descobrimos novas determinantes, tornámo-nos mais competentes com a aprendizagem desses determinantes e consequentemente diminuirmos o risco de errarmos novamente.

O problema é que esses determinantes são, por definição, infinitos, são impossíveis de quantificar e, como é óbvio, de os controlar na íntegra.

é por isso mesmo que surgem os conceitos de "sorte" e "azar" aplicados às actividades humanas, porque simplesmente os determinantes são tantos que temos que nos reduzir à simples incapacidade de os explicar.

Marco, eu e tu falamos do mesmo. Tudo o que possa ser explicado deve-o ser, de modo a sermos melhores, mais competentes, ou que queiras chamar.

E obviamente não devemos ser redutores e querer remeter tudo para o campo do inexplicável, da tal "sorte" ou "azar".

Como em tudo na vida, deve ser o bom senso a conduzir-nos nessa aprendizagem, e é precisamente esse bom senso, com o qual tu até podes não concordar, que me leva a questionar muitas coisas, mas também a perceber que há muitas outras cuja explicação seria tão complexa e consumidora de tanta energia, que mais vale remetê-la para os tais campos da "sorte" e do "azar".

Para mim foi isso que aconteceu nestes últimos dois jogos ao slb, pois sinceramente, e admitindo que percebes muito mais de futebol e dos seus determinantes do que eu, não consigo entender muito bem como qualquer processo táctico ou outro leva, por exemplo, o kelvin a meter aquele golão no último minuto.

Certamente há explicações e determinantes, mas please... tenho uma outra vida para viver, ok? :)

Grande abraço!

SL