segunda-feira, agosto 26

Mourinho joga sem avançado porque Rooney está do outro lado

Já se sabe que o futebol em Inglaterra tem 'maneirismos' bastante peculiares. Em Terras de Sua Majestade, por exemplo, não causa celeuma ver um clube assumir publicamente duas (!) propostas a um clube rival por um dos seus melhores jogadores. Premeditado ou não, o facto não demorou muito a coincidir com o encontro dos dois clubes em campo. Falamos de Manchester United e Chelsea que, esta segunda-feira, se encontraram em Old Trafford em partida a contar para a 2.ª jornada da Premier League.

Os mind-games já são conceito mais que entrenhado em futebol, mas com Mourinho a coisa vai ao extremo. Já se sabe que o português não dá 'ponto sem nó' e que destabilizar os rivais em nada lhe é estranho, mas David Moyes - o novo técnico do United - desta feita não lhe ficou atrás, atirando Wayne Rooney para o onze.

No campo José Mourinho também surpreendeu, e de que maneira. Entrou sem qualquer avançado de raíz, alegando minutos antes do jogo 'técnica' e 'mobilidade'. Assim, Óscar, Hazard, de Bruyne e Schurrle ocuparam a frente de ataque blue tentando confundir a defesa contrária. Não deixa é de ser um Facto extremamente curioso que Mourinho tenha jogado sem avançado quando o que quer está... do outro lado.

Quem nunca se fica a rir com um 4-6-0 (táctica que descreve o sistema sem ponta-de-lança) é Fernando Torres. Sempre que alguém se lembra disto ele acaba, inevitavelmente, no banco. Mas adiante...

A bola rolou e na primeira-parte assistiu-se a um grande marasmo. O Chelsea controlou sempre bem defensivamente (à excepção de um lance aos 42', quando Van Persie quase chega a uma assistência de Rooney) e o esquema preparado por Mourinho não tinha bola para surpreender. Os red devils não conseguiam perfurar mas também não deixavam tempo nem espaço aos tais criativos que Mourinho lançara.

Plano furado mas mantido orgulhosamente na segunda-metade por Mou. E até se podia pensar que talvez faltasse intensidade e mais agressividade no duelo, mas o que realmente falta é entrosamento e ligação. Com tanto passe mal medido e com tanta má decisão ficou notória essa ideia e nem quando Mourinho lançou Torres (por Kevin de Bruyne aos 60') as coisas melhoraram.

Do outro lado, tentava-se pelo ar, pelo chão e pelas alas, mas defensivamente o Chelsea já está bem e recomenda-se, e nem no 'Fergie Time' (últimos dez minutos das partidas em Old Trafford), que agora terá de ser substituído por qualquer coisa como 'Moysie Time', os blues baquearam. Mourinho resiste assim, de novo, a Old Trafford conseguindo um ponto importante e tempo para a sua jovem equipa (do meio-campo para a frente) crescer.

P.S. Pessoal, passem na Gambeta para lerem isto e muito mais sobre as Ligas portuguesa, espanhola, inglesa e alemã. Estas duas últimas crónicas foram lá publicadas e prometo que não encherei mais o Sector de 'Gambetices'. Aqui o Blog terá sempre textos exclusivos sobre o FC Porto. Um abraço e obrigado pela paciência e compreensão.

7 comentários:

Gonçalo disse...

por mim podes escrever também aqui... é sempre boa ideia e melhora a nossa qualidade média :)

Marco Morais disse...

Por mim posto na mesma. É falarmos =)

Hugo disse...

Jogo paupérrimo com uma quantidade brutal de passes falhados. Imagino o que se diria se tivéssemos um clássico deste nível em Portugal

Jorge Borges disse...

Por mim também podes escrever aqui à tua vontade, tal como nós nãos cingimos a escrever sobre o nosso clube.
Acho até que só valoriza o blogue. Opiniões fundamentadas sobre um clube vindas "de fora" só estimulam a saudável discussão.

Quanto ao post, não vi o jogo.

Anónimo disse...

Marco, és livre de escrever sobre o que quiseres, as vezes que o desejares. É o que está no contrato.

Marco Morais disse...

=)) Ok malta, eu vou chateando!

LMGM disse...

O Marco não escreve, declama!

Já o Luis... Tem de ter cuidado com as palavras porque estamos numa naquelas alturas do ano em que tenho de marrar com os seus escritos. ;)