Mourinho dizia que em Portugal quando há uma equipa boa, ela não vai ter dificuldades em ganhar o campeonato. Sábias palavras que funcionam quase sempre, e funcionaram principalmente nos últimos anos. Será que quem não compreendia isso vai passar agora a perceber que quando se joga bem, as vitórias (e goleadas) acontecem? será assim tão difícil?
O nosso campeonato é fraco, pobre e triste. Há jogadores que não sabem dar um pontapé numa bola, há aglomerados de jogadores a quem chamam equipas e a quem se enaltece a suposta organização defensiva, não sei se dá para rir se para chorar. Como se fosse difícil defender com oito a onze, jogadores e esperar que, por sorte ou falta de habilidade, o adversário não marque. Costumes bem portugueses esses, esperar que o outro faça o nosso próprio trabalho ou estar dependente dos outros.
É vergonhosa a forma como as equipas se apresentam contra os grandes. Esquecem tudo aquilo que treinam durante o ano (se é que treinam alguma coisa de relevante) e toca esperar que não se sofra o primeiro. Ora, quando se "joga bem à bola", normalmente marca-se e contra bidons (sim, só tapam o espaço) depois do 1-0 é vitória garantida. Daí as palavras de Mourinho, quando uma equipa é boa, realmente boa, acaba por ganhar o campeonato com relativa facilidade.
Mas claro, havia quem não percebesse isso... que não tinha futebol suficiente para ganhar a bidons, mas agora subitamente ouvem-se as frases que desvelam isso mesmo. E sem se aperceberem lá as vão dizendo: "Não me lembro de ver o Benfica jogar assim"; "Nem acredito que é o meu Benfica a jogar"; "Agora jogamos à bola"; "Desde Eusébio que o Benfica não ganhava por 4 no Restelo" e por aí em diante.
Claro que os culpados eram os árbitros e o seu critério de intenção mas nunca as interpretações dessa odiosa palavra, na arbitragem (somente). Eram os árbitros que davam as vitórias ao Porto, vitórias como as deste fim-de-semana em que se jura a pés juntos que a falta de Fernando daria as dificuldades de uma vida ao Porto, por ser na visão dos benfiquistas... penalty está claro. E mesmo que não fosse, reiteram eles, o penalty do segundo golo não existe porque o defesa não teve "intenção de derrubar o Álvaro". Ora está boa, não teve intenção, "siga a dança", deu para ver nos olhos do defesa leixonense a falta de intenção em derrubar o MVP do Porto naquele jogo (e saíu ao intervalo). Fiquei a saber que só sofro consequências se atropelar alguém, na passadeira ou dentro da área, com intenção. Essa intenção que oscila conforme o que mais convém e que chega a dar para rir pois é a desculpa dos não precavidos.
Mas agora é diferente, depois o Benfica jogou e goleou e as pessoas andam pasmadas e contentes da vida. "É que se o mais forte ganha, será mesmo possível o mais forte sermos nós?" Veremos...
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