E para quem pensava e defendia que o Porto tinha jogado bem em Stamford Bridge, o que equivaleria a dizer que a jogar assim "chega", o resultado de ontem é uma surpresa. Para quem pela segunda vez ouve o nome Guarín no onze não há supresas. Como uma equipa pode ganhar pondo de parte a sua maior arma? Com o colombiano não há construção, nem transição, só atrapalhação! O 11 que começa a época no Dragão continha elementos "indesejáveis" para Jesualdo. Não lhe dão confiança para grandes batalhas e o futebol do Porto entra agora num limbo, sem ideias.
O Porto perdeu bem em Braga. A única coisa em que concordei com Jesualdo durante toda a noite foram as suas declarações no final da partida. Irreconhecíveis, obviamente, foi a palavra mais usada. O que o professor se esqueceu de dizer é que foi ele obreiro da descaracterização que levou a equipa a entrar neste limbo futebolístico.
Vamos por partes. A equipa ganhou bem ao Leixões, com um futebol de ataque, dominador e pressionante. Foi a equipa que fez a pré-época, é a equipa que mais bem tem assimiladas as ideias que levaram o FCP ao tetra. Mas para Jesualdo - tal como a indefinição da posição 6 na época passada - não há ainda quem o convença de que pode ganhar jogos difíceis com aquela equipa. No seu pensamento Varela não é para ser titular e Belluschi não sabe defender e então entretem-se, em competição, a experimentar um colombiano que estanca todo o futebol de ataque dos dragões.
Se a questão Varela não me preocupa por aí além, porque é uma troca directa com Rodriguez, que até ocupa melhor o meio-campo do que o ex-Estrela, a questão do médio-centro ofensivo deixa-me quase incrédulo. Quem oiça, ou leia, por estes dias os defensores da opção Guarin e não conheça Lucho González deverá ficar a pensar que el comandante é um portento fisico capaz de se bater com qualquer Essien. Belluschi tinha lugar no jogo em Stamford Bridge assim como tinha ontem à noite em Braga. Se o argentino dá maior "leveza" ao meio-campo que se encoste o extremo para ajudar e só um, não dois como em Londres. Quando abdicamos de atacar, se sofrermos perdemos... lógica da batata não?
Demasiadas indefinições, demasiadas experiências, uma mescla entre o que o professor quer e os adeptos também, foi a equipa em Braga.
Recordo as palavras de Jesualdo quando falou da posição 6 e de Fernando: "Não é por ser Fernando, e não é Fernando o mais importante, é a posição 6 a chave do meu jogo." Foi qualquer coisa assim que me lembra agora a posição 10, recordando ao professor que nao é por ser Belluschi, nem por ele ser mais importante, é a posição 10 uma das chaves do seu jogo e Guarín não serve para ela como não serviu para a 6 no ano passado. Talvez para a 8 de Raúl Meireles tenha sorte...
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