Quarta-Feira gorda de futebol pela Europa fora, ele é Real Madrid, Inter e Chelsea, quando na Terça já o Barça esmagou o Santander por 1-4. Por cá continua-se a discutir arbitragem como se ela devesse ser o centro da questão. Passaram os penaltys, são agora as nomeações e o fantasma dos penaltys ou más decisões que hão-de vir. É linda a nossa Quarta-Feira, onde há artistas de renome: Duarte Gomes, Lucílio, Vitor Pereira... só grandes nomes. Os Messis, Ronaldos e Ibras ficam por um canudo: a Sporttv ou os streams de Internet.
São uma paixão de estimação portuguesa. As afrontas ao árbitros, as teorias, os lances de ontem, hoje e amanhã são dissecados ao pormenor com uma paixão e afinco notáveis. Dos lances polémicos do fim-de-semana, deveriam sair guias ilustrados inspirados nas caixas de comentários da blogosfera desportiva. Neles se vê a mesma paixão com que Mourinho e Guardiola estudam os adversários, neles se vê o mesmo afinco que os mestres do desporto-rei usam nas suas palestras. Impressionante, é a palavra indicada. Só há um problema para o nosso futebol, é que a parte que tem paixão só é... a mais degradante que pode haver para um desporto com tanta competência e contingência.
Continua-se com a ideia errada que é com a arbitragem que se ganha jogos, quando a mesma é só mais um factor como tantos. A pressão é imensa, sufocante. Já alguém dos que discute arbitragem se viu num campo de futebol a ter que decidir se é falta ou não? poucos, claro e também, verdade seja dita, não têm essa obrigação. Ora, o problema que eu identifico na arbitragem são os critérios, as tais interpretações que falo no post abaixo. É impressionante como todos já vimos penaltys assinalados e não assinalados aos nossos clubes por vários critérios. Deixando de parte a contabilização de quem tem mais beneficio (porventura a que mais interessará) é ou não verdade que os árbitros apitam como lhes apetece? Se for mais conveniente, hoje, uma bola na mão será penalty mas amanhã já não será. Este é o real problema da arbitragem pois as suas leis de nada servem. Ainda assim, continuarei a acreditar que o futebol, e tudo o que realmente gira à volta dele, é o maior indicador. As interpretações posteriores aos jogos deveriam ser nesse sentido e talvez tivessemos uma cultura de futebol muito interessante. Assim temos uma cultura única (lá isso é) mas com os resultados que se conhecem.
Não digo que todos devessemos ser como Luis Freitas Lobo, que com os seus termos futebolisticos até chega a enjoar, mas uma maior atenção ao lado mais futebolístico do futebol não ficava nada mal porque há imensas situações que decidem os jogos não só o homem do apito que por lá se passeia ou pavoneia com o seu sapiente critério, esse sim, hipócrita.
Assim, cá temos os estádios às moscas. Da II Distrital à Liga Sagres o fenómeno vai-se esfumaçando e as pessoas ficam em casa. Não há cultura de espectáculo, não há organização e tudo é feito em prol de objectivos negativos. O que acende o motor a Portugal não são as movimentações, as transicções, os passes e as recepções. Os casos e as suspeições, no fundo as galinhas do vizinho, é que são o que o povo quer.
Sem comentários:
Enviar um comentário