Em alguns 'posts' já tenho mostrado que não sou um incondicional fã de Luis Felipe Scolari. Faz-me confusão que convoque sempre os mesmos jogadores, independentemente da sua forma, que a maioria deles seja representada pelo mesmo agente, que não tenha em conta outros que poderiam ser úteis, que não aceite falar de quem não convoca, que seja insultuoso em alguns momentos, que assista a tão poucos jogos 'in loco' e que, por vezes, pareça desprezar todos os que o rodeiam ou, pelo menos, aqueles que não lhe pedem a bênção constantemente. Por outro lado, aprecio o espírito da selecção - nunca a vira assim -, a coesão do grupo que criou, o facto de ignorar as pressões dos que se julgam donos do nosso futebol e, também, os resultados que consegue.
No Mundial que agora terminou, voltou a demonstrar não ser um treinador particularmente perspicaz na leitura do jogo e das actuações de alguns jogadores. Nunca saberemos que consequências terão tido a sua insistência em Pauleta e Postiga, por exemplo. Mas, por outro lado, há que reconhecer que a titularidade de jogadores como Maniche e Nuno Valente - que eu questionei no início desta campanha - se revelou acertada e que a sua perseverança em Ricardo terá sido um dos factores mais importantes para a recuperação mental do nosso guarda-redes depois de um início de época tão fraco. Quem diria, em Setembro de 2005, que o veríamos defender três 'penalties' num desempate com a Inglaterra?
Antes do Mundial, tinha muitas reservas quanto ao que seria o comportamento da nossa selecção. Foi melhor do que esperava, com jogadores como Figo, Maniche, Meira ou Ricardo a superarem as expectativas e outros, como Miguel e Ricardo Carvalho a confirmarem a sua categoria, sem esquecer as actuações positivas de Simão, Petit, Cristiano Ronaldo e até mesmo Nuno Valente. Aquém do que esperava ficaram Deco (contra a França parecia estar cansado; diante da Alemanha já não!), Tiago, Paulo Ferreira e Caneira. Pauleta confirmou não estar talhado para as grandes competições; Costinha não me convenceu; Ricardo Costa, Postiga e Boa Morte nem deveriam ter ido à Alemanha; Hugo Viana ainda não deu para perceber se é homem para estas andanças; Nuno Gomes esteve injustamente esquecido no 'banco' (que desperdício!).
A grande questão que se coloca agora é a da continuidade do seleccionador. Para mim, a resposta é muito simples: a FPF só deveria optar pela mudança se encontrasse uma alternativa melhor. E ela existe? Apesar das críticas que Scolari me merece, duvido. Vislumbram alguém capaz de fazer melhor do que o brasileiro, um treinador que esteja disponível e seja suficientemente competente para manter o espírito actual e, simultaneamente, melhorar os pontos mais fracos de Scolari? Se conseguirem, agradeço que me dêem essa pista. Portanto, a menos que seja Scolari a pretender afastar-se (ou que não seja possível o acordo), parece-me que a melhor solução seria a renovação do contrato. Só de pensar que a selecção poderia ficar nas mãos de algum treinador tipo Manuel José até me dá um arrepio...
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