sexta-feira, março 13

The outsider

Depois de cinco anos o FCP está novamente nos quartos de final da Champions League. Depois de duas tentativas inglórias, onde no cômputo geral fomos melhores que o nosso adversário, onde a probabilidade nos pregou rasteiras (quando se é melhor normalmente ganha-se), desta feita passámos. Ainda assim, não passámos como devíamos, mas não se pode ter tudo e na prática este 2-2 serviu e bem.

Depois do susto do Caldéron, o Atlético apareceu mais compacto e personalizado. Com cautela e caldos de galinha, Resino alterou o sistema táctico em função das transições do Porto, oferecendo a bola e tentando chegar à baliza de Helton, assim como quem não quer a coisa e tem medo de despertar o Dragão.

A passagem na eliminatória beneficiou (desta vez) a equipa que tem mais qualidade e que fez mais por passar mas é de salientar que nestes jogos os detalhes são essenciais e hoje, em despeito de tudo o que Porto fez, podíamos muito bem estar a chorar o penalty que Bruno fez sobre Simão. Era inglório, era injusto, ainda para mais para um dos melhores do Porto, mas podia ter acontecido. Óbvio que ao entrar no campo dos "ses", entro também em campos que podem roçar demência, mas foi só para alertar.

O Porto não marca no Dragão. Houve jogos que não mereceu, houve jogos em que fez tudo para isso. Os segundos não me incomodam tanto, pese embora comece já a ser preocupante. O jogo com o Atlético foi um dos segundos e dá indicadores sérios que a equipa é capaz, foram criadas sérias oportunidades de golo e só por detalhes mínimos a bola não entrou.

Pedi no meu post anterior que o Porto fosse enorme e não tivesse medo, que gerisse emocionalmente e tacticamente todos os momentos do jogo, (sendo esta obviamente impossível) e não podia ter ficado mais satisfeito pois os dois jogos com o Atlético foram estupendos nesse sentido.

Para os "quartos", obviamente, nenhuma equipa é boa. Muitos falam em Villareal, mas eu não o quero. Chelsea ou Arsenal são as minhas preferências. Manchester e Barça os "côcos". Que fique bem claro que não penso em ganhar a Champions, a probabilidade é mínima, mas que pode acontecer, pode. Há cinco anos, tinha fé para dar e vender, confiança que nunca mais acabava. Previ a vitória na Champions, depois da de Sevilha. Acertei, com sorte, esse elemento fundamental nesta liga mágica.

Dá gosto ganhar na Europa também por um factor interessante, o tratamento ao FCP, é diferente, mas lá fora. Por cá, continuam-se a fazer capas com assuntos secundários. Por lá, não peço as capas (também fora melhor) mas dá gosto ler o destaque e a apreciação a uma equipa, menosprezada no país que carrega ao colo.

O campeonato regressa no fim-de-semana e os jogos ao Dragão também. Ainda que a Champions nada tenha a ver com a Liga pede-se a mesma atitude aos jogadores. A bola vai acabar por entrar para ganharmos três pontos muito importantes no caminho para o tetra. Num campeonato tão renhido, a vontade é um dos factores-chave e já se viu que o Benfica, à parte de qualquer consideração pelo seu jogo, a tem. Nós temos que ter mais, vontade e qualidade!

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