segunda-feira, julho 9

Competitividade

Para além dos problemas estruturais do nosso futebol, como sejam a pouca afluência aos jogos, o fraco poder de compra dos adeptos ou o facto de toda a gente ser adepta de apenas 3 clubes, somos agora alertados para um factor exógeno à indústria a limitar-lhe a competitividade - as absurdas cargas fiscais existentes em Portugal.

Os futebolistas são um caso de excepção dentro do mundo laboral tendo em conta a especificidade da sua profissão. Se um gestor ou arquitecto quiser ir trabalhar para o estrangeiro para beneficiar de maiores salários e/ou taxas de imposto mais reduzidas, terá primeiro que assegurar que consegue emprego no estrangeiro e segundo terá que largar as suas "raízes". No caso de um futebolista no mundo pós-Bosman, as fronteiras são meros detalhes, até porque os salários que negoceiam são normalmente salários líquidos de impostos. Se um clube quiser contratar determinado futebolista, terá apenas de lhe assegurar as melhores condições salariais.

Não colocando em causa que, face à realidade portuguesa, seria desonesto e imoral que o Maxi López, ou qualquer outro jogador, viesse pagar menos impostos do que paga um cidadão português no seu escalão de rendimento, regista-se mais um factor a potenciar a concorrência "desleal" entre os clubes portugueses e os dos outros países cujo estado cobra taxas de imposto menores. Os clubes espanhóis concorrem de forma desleal com os clubes portugueses na medida em que o nosso Estado é menos liberal que o Estado espanhol e obriga os clubes portugueses a pagarem mais por um produto de igual qualidade.

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