Não sei se foi para descansar o presidente do FC Porto ou aqueles adeptos leoninos que são tão avessos a aproximações do seu clube ao eterno rival, mas não compreendo a necessidade que Filipe Soares Franco sentiu de vir sublinhar que o Sporting não tem alianças com ninguém. Se não tem, devia ter. Com todos aqueles que pretendem um futebol sério, sem compadrios e corrupções e que afaste de uma vez por todas algumas figuras que por aqui andam há décadas, a apodrecer um desporto de que tanto gostamos. Já se sabe que, para semelhante tarefa, não pode contar-se com a contribuição do clube que mais tem beneficiado com o 'statu quo' que ele próprio criou, com a preciosa ajuda de alguns aliados. Têm de ser os outros, sobretudo os mais fortes. O presidente do FCP sabe que o pior que lhe pode acontecer é uma aliança séria entre Benfica e Sporting (e outros clubes) na credibilização do nosso futebol. Provou um pouco o que isso seria quando, no começo da década de 80, estava a inicar-se nestas coisas do futebol. Percebeu que não lhe convinha estar mal com os dois simultaneamente. Habilmente, construiu alianças alternadas com cada um dos grandes de Lisboa. E estes foram sucessivamente caindo na esparrela.
Por tudo isto, não entendo esta pressa em sossegar Pinto da Costa, nem o incómodo que grande parte dos sportinguistas sente sempre que o presidente do seu clube se aproxima do presidente do Benfica. Isso não significa que a rivalidade desapareça e que a competição entre ambos não se mantenha acesa. Poderemos, na mesma, continuar a discutir se o Adu e o Romagnoli sofreram 'penalties', se o Stojkovic dá mais ou menos 'frangos' do que o Quim, se o Tonel dá tanta porrada como o Petit ou se o João Moutinho é melhor do que o Rui Costa. Enquanto os dois grandes clubes não estiverem verdadeiramente interessados em dar uma varredela na podridão do futebol português, o outro é que fica a rir-se. E este recado não é só para os sportinguistas; é também para os benfiquistas.
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