Quem gosta de desporto tem tendência a criar os seus ídolos, pessoas que admira pelos seus feitos e pela conduta que têm enquanto desportistas. Os tempos que correm são de profundo descrédito para o desporto, não só nacional, mas mundial. Por aqui, temos discutido exaustivamente o estado do futebol português, concluindo que, como diria Carlos Queiroz, "isto é tudo uma grande porcaria". Infelizmente, as tramóias não se ficam por Portugal ou pelo futebol. São muitos os casos de escândalos envolvendo apostas ilegais. Há pouco tempo, um árbitro da NBA confessou que fornecia informações a apostadores profissionais. A recente edição da Volta à França em bicicleta e os inúmeros casos de 'doping' que têm surgido no ciclismo fazem-nos duvidar de tudo, até do mérito das sete vitórias consecutivas de Lance Armstrong. Agora, foi a superatleta Marion Jones a devolver as cinco medalhas que conquistou nos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000, três das quais de ouro, após reconhecer que melhorou o seu rendimento à custa de substâncias proibidas. Todos recordamos ainda por que morreu precocemente Florence Griffith Joyner. Afinal, em quem podemos acreditar? Que crédito nos merecem os feitos dos atletas e das equipas das diferentes modalidades? Que raio de desporto é este?
PS - Recordo com alguma saudade a mais mediática corrida de 100 metros da história do atletismo. Foi nos Jogos Olímpicos de Seoul, em 1988, quando se defrontaram, entre outros, o grande favorito Carl Lewis, o recordista do mundo Calvin Smith, o britânico Linford Christie e o canadiano Ben Johnson. Este ganhou a prova, mas o título de campeão olímpico foi-lhe retirado e atribuído a Carl Lewis, segundo classificado, devido à utilização de esteróides. Cada vez mais me interrogo: será que ele nada fez que os outros também não fizessem, apenas o fez sem jeito?
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