O SLB actual
está dividido e facilmente se constata que existem três vagas de opinião: os
pró-Vieira, os
anti-Vieira e os “e
stou-me a cagar”. Obviamente, é entre as duas primeiras que a discussão aquece.
Entre modelos de gestão, milagres financeiros, valor da marca, fundos, jogadores emprestados, estádio e academia, tudo serve para argumentar e contra-argumentar.
A minha posição em relação a Vieira é, desde sempre, a mesma. Não que isso me confira maior coerência (mudar de opinião é normal, dentro de determinados contextos), claro. Mas como nunca gostei da peça, não seriam 10 anos de equívocos, promessas vãs, discursos patetas e muito poucos títulos que iriam alterar a minha forma de pensar.
Mas como estamos fartos de discutir as “vieirices”, foquemo-nos numa outra área desta direcção.
A própria direcção.
Nomes como
João Gabriel,
Gomes da Silva e, mais recentemente,
Carraça e
Manuel Sérgio, poderiam ser consensuais entre os benfiquistas. Mas, sabe-se lá porquê, todos eles pautam a sua actividade por uma profunda e óbvia incompetência. Vamos por partes.
A comunicação do SLB melhorou bastante, é um facto. Há um discurso que, em certa medida, galvaniza, motiva as hostes e as ferramentas (site, loja, TV, por exemplo) que os sócios e adeptos têm à sua disposição fazem com que seja possível viverem a vida do clube a um ritmo diário.
Contudo, e com a evolução toda que houve no mundo da comunicação na última década, seria extraordinário apenas não ter o SLB o que tem hoje, neste capítulo.
E é nos momentos de crise que se aquilatam, verdadeiramente, as qualidades do departamento em causa. Que são nulas. Nunca a comunicação do clube foi capaz de lidar com episódios menos bons de forma eficaz.
Recordo-me, à cabeça,
daquele momento da vitória da Taça da Liga, em que João Gabriel fez uma triste figura, argumentando cheio de arrogância bacoca, e uma falta de humildade gritante. Havia mil e uma maneiras de festejar aquele título. O João Gabriel escolheu a pior, e que em nada representou aquilo que é ser SLB. Muitos benfiquistas ficaram envergonhados com aquilo.
Outros (muitos) exemplos houve, iguais, onde a sobranceira, a inexactidão, o desprezo e a falta de bom senso imperou. Poucas vezes os valores do SLB foram dignificados nas intervenções deste senhor.
Gomes da Silva é um caso estranho: aparece assim do nada e está aí, para ficar. Do pouco que conheço da figura, tem aquele típico discurso de quem adora falar, sem nada dizer. Faz uma defesa fraca do clube, é incoerente e acaba por expor o clube a tristes figuras, com aquele discurso facciosamente desmedido e doentio. O pior é que é frequentemente visto nos órgãos de comunicação social, com graves consequências para o próprio clube.
Relembro
uma opinião de Gomes da Silva, após o jogo da Supertaça contra o FCP, em 2010: “A Supertaça não interessava em nada ao Benfica". Além de mentiroso, é estúpido. Acho que isto chega.
Carraça: [Figurado] Pessoa pegadiça, insuportável. Está apresentado, mas disso não tem o próprio culpa. O entra-sai não o favoreceu mas, apesar disso, ninguém sabe muito bem o que faz este senhor na estrutura do clube. Quem é o Carraça no futebol de campo e porque está ele no SLB? Perguntas sem resposta.
A entrevista que deu na semana passada meteu dó e, diz-se, manda mais do que Rui Costa, o que não deixa de ser fantástico.
Mesmo assim, não foi tão ridícula, a entrevista, como a dada por
Manuel Sérgio, pseudo-filósofo que, dizem, chegou ao SLB para “limar” as competências sociais de Jesus, de quem é grande amigo.
Depois de ter
desmentido o teor da entrevista publicada pelo site
ZeroZero (onde referia que Jesus já devia ter novo clube), Manuel Sérgio foi
confrontado com a sua gravação. E o que fez o filósofo? Basou. Discretamente, por debaixo da mesa.
Sem um pingo de dignidade, de honra, de nada. De joelhos, este senhor é pago pelo clube sem que se perceba o que anda por lá a fazer. Competências sociais? Posso rir muito, agora?
Há muitos anos atrás, recém-eleito deputado pelo PSN (partido dos reformados), Sérgio cedeu à tentação quando um imitador da voz de Cavaco Silva (então 1º ministro) lhe telefonou (numa reportagem do Tal&Qual) a oferecer um tacho no partido social democrata. Convite que foi de imediato aceite. Se na altura esta história surpreendeu muita gente, na medida em que Manuel Sérgio sempre se mostrara muito “independente”, hoje,
só surpreenderá os mais distraídos.
Para finalizar, o pior que podia acontecer ao SLB, é o que está, precisamente, a acontecer: a centralização do poder numa só pessoa. Actualmente, não se discute o SLB, discute-se o Vieira. E é assim que anda acompanhado.
Mas enfim. O SLB, de hoje, é isto. Porque títulos, nem vê-los.