O sonho do Zé da Bola é ser jogador de futebol. De preferência no clube da sua predilecção ou num grande europeu, a ganhar muito dinheiro e sempre rodeado de mulheres bonitas. No entanto, tem de contentar-se em ser especialista de bancada ou jogar ao domingo de manhã com os amigos barrigudos, contar os tostões no final do mês e casar com a rapariga do bairro que mais ninguém quis. E quando alguém consegue o que ele pretendia, passa a estar no rol dos odiados. Veja-se o fenómeno Cristiano Ronaldo, que é o jogador mais assobiado do planeta só por ser um caso de sucesso, não só nos relvados, mas junto do sexo oposto. Sim, porque para o Zé da Bola um futebolista tem de ter o nariz torto, cuspir no adversário e comer a relva. Daí que admire tanto o Petit, o Oceano ou o Paulinho Santos. Sempre que aparece alguém mais delicado, é logo apelidado de Maria Adelaide, como acontecia com o Nené, que não sujava os calções e de quem hoje todos temos saudades.
Vem isto a propósito de Nuno Gomes, de quem, adianto já, sou admirador, tendo por isso de aturar muita gente que embirra com ele. Aliás, agora está na moda criticá-lo. E chamar-lhe Maria Alice ou Floribella. Mas quem o apelida desta forma só o faz por ele ser bonito e ter sucesso entre as mulheres. Não é por mais nada. É a tal inveja mesquinha. Deveria, como ponta-de-lança que é, marcar mais golos? Devia, sim senhor. Faz, por vezes, coisas que quase nos deixam desesperados? É verdade. Mas não deixa de ser um grande jogador, com uma entrega como poucos apresentam e que gosta de jogar no Benfica. Com os estúpidos assobios que lhe dirigem, o mais que conseguirão é fazer com que ele deixe de querer vestir aquela camisola. E todos ficarão a perder: clube, jogador, selecção nacional, adeptos. Felizmente, neste aspecto, o treinador tem-se mostrado mais inteligente do que os adeptos. E o Nuno Gomes vai voltar a marcar golos. Muitos. Espero que já hoje, diante do Paços de Ferreira...
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