segunda-feira, agosto 24

Anda aleijado, passa para quem sabe!

Em primeiro lugar quero pedir desculpa ao amigo Jorge pela inclusão deste post quando a discussão vai acesa no post abaixo. É quase sacrilégio este ficar por cima, mas pronto, houvesse um mundo perfeito e os posts do Jorge, pela calma e análise cuidada estariam por cima dos meus. Aqui fica a ressalva.

Para o caro LMGM, que foi o único a manifestar interesse no meu pseudo-estudo, devo primeiro manifestar pesar pelas más condições a que tive acesso ao Guimarães x Benfica. Tentei ver através da internet - coisas do comodismo, antes nada me custava ir ao café ver os encarnados - e lixei-me. Apanhei streams de fraca qualidade que não me permitiram ver o desempenho das equipas e analisar o seu jogo em devidas condições. Ainda assim, nas vezes em que a transmissão não parava e seguia directamente para outra jogada, apercebi-me que o Benfica fez a pior exibição da época. Exibição essa muito ajudada pelo alto desempenho vimaranense que foi de uma competência extremamente eficaz a defender, principalmente na 1ª parte onde lhe juntou pormenores interessantes com bola. Mais em relação ao tema do post, o número de passes seguidos no estilo de jogo encarnado pareceu-me desapontante. Penso que não será alheio a esse facto a declaração que Jorge Jesus teve há bem pouco tempo, que foi qualquer coisa do género: ainda só tivemos tempo de treinar a organização defensiva. Poderá o bom entendimento benfiquista, com muito recurso ao uso de tabelas, ser competência da qualidade dos jogadores? Seria isto um pouco à maneira do que acuso no Sporting, mas com uma auto-estima superior. Outro facto para o número de passes seguidos ser abaixo do que eu esperava (neste jogo) será a intensidade com o que os jogadores do Benfica os fazem. Não há um "parar para pensar" e o que "sair, sai". Todos estes factores aliados à competência do Guimarães resultaram num jogo decepcionante para os encarnados.

Pelas 20.15, muito provavelmente pelo menor interesse do jogo o stream corria a todo o vapor, assim como o Porto nos primeiros 20 minutos. Dragão subido e pressionante, trocava a bola entre si com exactidão e em várias jogadas na primeira-parte pude ver 6, 7, 8 passes seguidos. Muitas das vezes, tão alto era o sítio do ganho de bola que em 4 a 5 passes os azuis e brancos estavam em situação de fazer golo. Para atestar a qualidade azul e branca na partida de ontem posso afirmar que o lance que dá origem ao penalty vem de 6 passes seguidos, o lance que fabrica o canto que por sua vez origina o 2-0 vinha de 7 passes seguidos e o 3-0 de 5 trocas de bola consecutivas. Não são números maravilhosos nem são garante de nada, são apenas um indicadorzeco do porquê do futebol do Porto estar uns furos acima das restantes equipas da Liga portuguesa. A meu ver, algo que pode impressionar, é o acerto dos azuis e brancos aplicando intensidade alta aos passes, algo muito difícil (que o diga o Benfica) de fazer. A exibição menos consistente do Nacional também explicará estes números. Os madeirenses não foram sequer sombra para o desempenho dos vimaranenses, hoje, frente ao Benfica.

A título de curiosidade, fica a minha espreitadela pelo Barcelona x Atlético, onde a 10 minutos do fim com o resultado em 3-0 a favor dos catalães, registei duas jogadas com 18 e 15 passes acertados, seguidos. Do Barcelona, claro. Serão estilos de jogo diferentes dirão, mas com indicadores parecidos no que toca ao "jogar bem à bola". O Porto em transição, o Barcelona em posse. Ambos conseguem percentagens elevadas de acerto para o seu estilo de jogo.


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