sexta-feira, agosto 28

Hábitos, perda de identidade e hábitos

Sob o som do hino da Champions, sai em "sorte" ao FCPorto o grupo mais difícil dos últimos anos, o Sporting é afastado por uma, digam o que disserem, grande Fiorentina e no Benfica soam os alarmes estapafúrdios de uma primeira derrota.

Nem sei se deveria dizer isto, mas sabendo que quem procura a perfeição só pode - pela voz do seu dono - encontrá-la no Entre10, ninguém levará a mal se eu, um adepto comum, disser que o sorteio da Champions me apanhou de surpresa. De facto, pensei que o mesmo se realizaria na Sexta-Feira até que o post do amigo Gonçalo me avisou da nossa sorte. Coisas que um plebeu do jogo da bola que ainda é zero no futebol, pode dizer. Ele há coisas...

Digo-o também sem pejo, é dos grupos mais difíceis que me lembro. O Chelsea é fortissimo, o Atl. Madrid parece-me mais completo, e confiante, este ano e o Apoel pode complicar contas. Tudo tem um lado positivo e eu como portista estou habituado a isso. Este grupo de dificuldade redobrada é o cenário ideal para uma equipa, com devida sustentação, crescer. Assim o permitam os dois primeiros jogos: Stamford Bridge e Dragão frente aos espanhóis. Uma falsa partida em Londres, redobraria dificuldades para a segunda jornada. É de recordar que no ano passado, passámos frente ao Atl. Madrid mas não lhes conseguimos ganhar um jogo sequer, o que numa fase de grupos poderá querer dizer muito. Sabemos da nossa competência e sabemos que ainda nem a meio estamos da nossa real potencialidade, o que não sei é se essa real potencialidade é superior, ou sequer igual, à do ano passado. Nada como esperar para ver, com tranquilidade.

Na Quarta o Sporting, como muitos auguraram, caiu aos pés da Fiorentina. O leão fez uma boa primeira parte muito devido ao grande golo de João Moutinho - o melhor do Sporting em Florença - e a uma estratégia estranha mas que deu frutos em desvantagem. O passe longo que Luis Freitas Lobo enaltecia não era mais do que um "pontapé para frente" muitas vezes desalmado para fugir ao erro em zonas perigosas. Que tenha resultado na primeira parte, tudo bem! mas alguém está a ver uma equipa que quer ser campeã a jogar assim? As quebras na identidade leonina têm-se sucedido e este é um filme que o Sporting não deveria realizar. Sob pena disso passaram a segunda parte sem cheirar a bola, metendo Saleiro (tocou uma vez na bola) e Tonel para o jogo aéreo. Uma pergunta: senão é para ter bola e consistência na sua posse, para quê o losango? Queria que o Sporting passasse mas achei a Fiorentina mais forte, com futebol (positivo) nos pés, arte e força no ataque, mais esclarecida que os leões. Os adeptos viola podem-se orgulhar de ter uma equipa a ter em conta nesta Champions.

O Benfica perdeu com o Poltava, num jogo que nada significava. Ora num jogo que nada significava, Jesus jogou com um onze que nada significa também e a derrota essa, significa o mesmo que zero. Mas num clube onde a euforia por se ganhar algo que é pouco mais que nada é sempre directamente proporcional à decepção de se perder algo que também pouco ou nada vale, torna-se difícil ganhar o que realmente importa.

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