Uma eliminação europeia deixa sempre marcas. Mais ainda quando acontece numa fase adiantada da prova em disputa. Basta perguntar a um sportinguista se lhe custou mais a derrota frente ao CSKA há um ano ou a eliminação sueca na presente temporada. Normalmente, procura-se superar o vazio com o empenho nas competições nacionais. No entanto, neste momento, isso é difícil. Ainda há coisas a ganhar ou a não perder? Sim, mas será complicado conseguirmos convencer-nos disso. E depois há aquela sensação de que, ao lado da Liga dos Campeões, a nossa Liga é insignificante, aborrecida, um estorvo. Entre outras, essa foi uma das razões que, na ressaca de Liverpool, não nos permitiram derrotar a Naval. O que é certo é que a vida continua e no domingo teremos de ganhar ao Marítimo (sim, estarei na Luz!), para procurarmos tirar proveito do resultado da véspera, qualquer que seja.
Em Barcelona, o Benfica estava proibido de fazer algumas coisas. E uma delas era perder a bola perto da sua área. E não o conseguiu. Primeira perda: 'penalty'; segunda perda: 1-0; última perda: 2-0. Uma ou outra ocorreu entretanto, permitindo oportunidades de golo ao Barcelona, mas sem danos de maior. E por que perdeu o Benfica estas bolas? Em primeiro lugar, porque os catalães fazem uma pressão muito à frente, algo a que os benfiquistas não estão habituados, pois em Portugal ninguém o faz (pelo menos, com aquela qualidade). Em segundo lugar, porque faltou serenidade. Algum nervosismo foi evidente em jovens como Anderson ou Manuel Fernandes ou em jogadores menos habituados a estas andanças (Beto), mas também nos mais experientes, como aconteceu com Petit.
Também importante era chegar à outra baliza com perigo, fazer ver ao adversário que o jogo não decorria só em meio-campo. Na primeira parte, o Benfica não o conseguiu, foi simplesmente inofensivo. Depois do intervalo, ainda criou perigo e chegou a assustar os todo-poderosos, mas foi insuficiente. No fundo, aconteceu nesta eliminatória o normal: ganhou o melhor. Mas nós queríamos uma anormalidade! Já agora, a finalizar: não gostei da actuação do árbitro, de um caseirismo irritante.
Por último, uma nota: não entremos numa espécie de caça às bruxas. A época não terminou, ainda pode haver coisas a ganhar e a perder e, quando muito, pode fazer-se um balanço (positivo) da participação europeia ou (negativo) do comportamento na Taça de Portugal. Não é tempo de definir o futuro de Koeman ou dos jogadores. Há que esperar por tempos mais serenos. Apesar disto, já vi por aqui uma questão que começa a ser pertinente: o que fazer com Laurent Robert?
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