Já roça o confrangedor a luta entre Real Madrid e Barça. Os merengues, fruto da sua máquina de propaganda, tentam a todo o custo, com todas as palavras e por todos os meios, quebrar a hegemonia dos catalães. E mais um claro exemplo disso foi a semana que antecedeu o superclássico. Ecos da "superioridade" madridista percorreram o Mundo com epicentro na península ibérica, mas na "reduzida" Catalunha alguém continua a não se fechar em vaidades e a mostrar a melhor arma para combater a suposta "inferioridade": o futebol.
O golo mais rápido da história dos clássicos entre Real e Barça confirmou para muitos a teoria da conspiração que se vive quer em Espanha, quer onde cheguem os ecos da vaidade merengue. A "superioridade" foi reproduzida em golo, logo aos 23 segundos e logo por um erro próprio fruto do modelo de jogo do Barcelona. Melhor arma não podiam ter os blancos para se recostarem nas suas cadeiras e pensar que era desta. Para eles, só havia um mal... o jogo ainda tinha, imagine-se, mais de 90 minutos até acabar.
Valdés errou é certo. Como é certo que não seja - como se viu por aí "escarrapachado" nos jornais - o melhor guarda-redes do Mundo a jogar com os pés. Um erro de modelo, como existem em todos. Outro guarda-redes teria sido forçado ao pontapé longo e provavelmente esse golo não teria existido. Seria assim que todos os treinadores de bancada resolveriam a questão, praticamente como as resolvem todas: sem olhar à "história" (ou espaço temporal para quem prefere o novo acordo de comunicação para o futebol) do jogo. E é daí que esses treinadores são tão bons! Essencialmente porque não saem da bancada, mas mais ainda porque todas as situações seriam bem resolvidas como manda a melhor lei do jogo.
O problema para todos aqueles que criticam Valdés, é que se ele não o tem feito naquele momento era sinal que não tinha confiança nem ordem para o fazer. E se não o tem feito, provavelmente não o faria a maioria das vezes e aí se veria a importância que tem, para o futebol do Barcelona, o sair a jogar desde a baliza.
Diz Pep, que o Barcelona procura armar uma rede de linhas de passe para que um jogador passe a um, esse passe a outro e por aí adiante até se chegar ao golo, ou, pelo menos, finalizar a jogada na linha de fundo do adversário. Admitiu também Pep, depois do clássico, que o golo sofrido aconteceu por um suposto erro de modelo, mas que ele prefere que assim seja. Tudo demasiado simplista até porque Guardiola não tem que explicar o porquê do "sair a jogar" ser tão importante para os catalães. E mesmo que o fizesse provavelmente se continuaria a não entender.
A importância do controle do jogo é primordial no futebol moderno e no Barça isso é uma obsessão e não apenas uma componente. Analisando os pontos fortes da equipa, toda a gente concordará que a técnica individual e poder de decisão são os seus pontos fortes. Assim se Valdés pontapeasse metade das bolas que tem em sem poder, qual seria o resultado para os artistas do Barcelona que se encontram no meio-campo e no ataque?
Seria bem melhor para o Real Madrid, e para muitos outros, certamente. Apanhavam os "anões" de frente, ganhavam na superioridade física e partiam para a única arma que têm: a transição. Fez bem Valdés, e vai continuar a fazer bem o catalão. Pois por aí se controla um jogo e se controla a vaidade merengue. E para que a "brincadeira" - porque já roça a isso, sejamos sinceros - continue, isso é imperativo.
São as teorias, pois, aquelas lunáticas teorias, escritas a giz num qualquer quadro de La Masia. Pois bem, a esta teoria até as probabilidades dão razão. É a maneira mais certa para se ganhar jogos, ainda que às vezes se sofra por probabilidade também, como no golo de Valdés. Mas no resto dos mais de 90 minutos que faltavam, o Universo teria que se equilibrar outra vez, caso o Barça não falhasse à sua Lei.
11 comentários:
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Bom texto, concordo com tudo apesar de preferir o Real
Faltam jogadores cerebrais no meio-campo do real para dar mais consistencia. Xabi é bom jogador mas não é de top. Falta um lateral direito de top. São demasiados jogadores com caracteristicas atacantes e pouca capacidade de tomar boas decisoes: Ronaldo, Di Maria, Ozil, Benzema, Inguain, tudo grandes jogadores, mas que a nivel de construção no meio-campo têm algumas falhas básicas.
Não há coragem para fazer um paralelismo com a máquina de propaganda encarnada em Portugal?
Ah pois,
Nem tudo é sobre Portugal. Nem tem que ser sequer.
Se há paralelismos que os faça quem os quer fazer.
Tenho a minha opinião sobre essa máquina de propaganda e até te a posso resumir: é das melhores armas que o Porto dispõe.
Porto e máquina de propaganda?!
Este marco morais é tão portista como o veiga....
Logo tinha de vir o Benfica à baila, foda-se (ah pois) que não podem viver sem nós...
Marco, tu que até és dos gajos mais "poéticos" (no bom sentido) aqui da casa, quando puderes e/ou tiveres paciência escreve um artigo sobre o que são oportunidades de golo e de como se pode ganhar um jogo sem as criar se é que me fiz entender.
Abraço
Pedro,
A máquina de propaganda era uma referência à máquina de propaganda encarnada que o Ahpois trouxe à baila.
Essa tal máquina de propaganda ENCARNADA é das melhores armas que o Porto dispõe. Entendido?
E se o tom está caustico, é só porque me chamaste benfiquista, sportinguista ou não tão portista!
LC,
Acho que se pode ganhar um jogo sem criar oportunidades de golo. Mas mal estará a equipa que não as criar regularmente.
Posso é não ter entendido bem, mas sei que há possibilidade de ganhar um jogo sem criar oportunidades, mas essa probabilidade decresce de jogo para jogo. Será como estar dependente do melhor ou pior jogo do adversário. É uma conversa como os erros forçados e não forçados no ténis.
Mas, mais uma vez, posso não ter entendido bem. =)
Abraço.
Agora lembrei-me que esse teu "pedido" poderá ter a ver com o jogo do Benfica na Madeira, este passado fim-de-semana. Tal como sobre a insistência de Pedro Martins, no ponto em que o Benfica não criou nenhuma oportunidade de golo na 2.ª parte.
Se é sobre isso, acho que mesmo que o Benfica não tenha criado - não me lembro se criou ou não - fez o jogo possível para desmontar uma defesa bem composta.
Poderá ter faltado alguma velocidade, facto que é compensado pela vontade de não ceder transições aos madeirenses.
Lembro-me que depois de o Cardozo ter falhado incrivelmente de dizer que ele "já marca para depois lhe baterem palmas". De facto quem tem um avançado com "tanto golo" pode-se dar ao luxo de não criar assim tantas oportunidades num jogo. (E o Benfica até cria bastantes, só no jogo da Taça depois de sofrer o 2-1, criou pelo menos duas flagrantes).
O síndrome Cardozo era mais ou menos aquele que eu tinha com o Fárias. Marcava sempre mas ele jogar ou não era uma enorme diferença na organização e criação de oportunidades. Não era preciso criar bastantes pois em uma ou duas ele marcava. Mas nessa altura tínhamos o Lisandro que também marcava uns golitos :P
Acho, sinceramente, que não se podem queixar do Cardozo. Pode falhar incrivelmente, de quando em vez - não são assim tantas - mas é extremamente decisivo para as vossas vitórias.
Se o teu comentário nada tinha a ver com isto... olha.. fica assim. lolol
A máquina de propaganda do Real deixa-me um Dejavu em relação ao que se passa aqui em Portugal...porque será? :)
Marco, compreendeste-me em parte :-)
A ver se não perco o raciocínio (que isto da clubite é tramado... ;) )
por acaso tem a ver não com este mas com os 2 jogos com o Marítimo (e outros), pois se neste jogo o Benfica criou 3 ou 4 situações claras de golo, o Marítimo criou zero, já no jogo da taça, o Marítimo vence e bem o jogo com 2 golos nascidos de zero oportunidades "de golo", as que teve foram defendidas pelo Eduardo, isto considerando que oportunidades de golo pelo entender do Pedro Martins são remates de perto e em frente à baliza...espero ter-me feito entender quanto ao que tentava deixar claro.
O futebol tem estes eufemismos de acontecerem golos "sem" oportunidades, mas o que me chateou no Pedro Martins neste caso é que não fez nestum para ganhar o jogo e vem queixar-se das poucas oportunidades do Benfica? antes e depois da expulsão, a jogar mal e porcamente o Benfica foi superior ao Marítimo e mereceu a vitória do mesmo modo que o Marítimo a mereceu na taça com o Benfica a falhar vários lances de golo iminente em frente à baliza depois de se apanhar a perder.
Criar lances de perigo ou oportunidades de golo é o melhor caminho para um bom resultado, mas não é garantia de nada, temos o recente Porto-Zenit a comprovar bem como um não tão distante Roma-Sporting em que a Roma sem fazer um remate à baliza conseguiu ganhar o jogo.
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