terça-feira, maio 16

Ainda as escolhas de Scolari

Desculpem insistir no tema, mas gostaria de deixar aqui algumas notas relativas aos nomes ontem anunciados e que confirmaram a lista avançada pelo jornal 'Record' na semana passada - ao que consta, propositadamente, para atenuar a contestação que poderia ser gerada. Mas prometo também que o faço pela última vez. Vou criticar a escolha de Scolari e não voltarei a falar no assunto. Quando muito, poderei discutir o 11 que o seleccionador escolher para cada jogo (o da estreia já todos saberemos qual será!). Nem tão pouco vou falar dos ausentes. Limitar-me-ei a apontar os casos que me parecem flagrantemente disparatados. E, como é evidente, não o faço por ser portista, pois esta é característica que não faz parte das minhas qualidades (ou defeitos).
A questão central seria a de saber se vamos apresentar os melhores 23 e isso parece não acontecer. Uma das dúvidas que tinha era a de saber o que levou Scolari a escolher estes. E parece-me que, num comentário a um 'post' anterior a resposta foi dada: 18 dos eleitos são representados por Jorge Mendes. Face a isto, ninguém consegue convencer-me de que esse facto não foi determinante nos nomes ontem pronunciados por Scolari.
Vejamos a situação em que se encontram alguns dos eleitos:
Quim - Acaba a época como terceiro guarda-redes do Benfica.
Bruno Vale - Emprestado pelo FC Porto, é o 3.º ou 4.º guardião na hierarquia do clube.
Ricardo Costa - Encostado depois da derrota do FC Porto em casa com o Benfica, poucas vezes voltou a ser titular.
Nuno Valente - Esteve recentemente lesionado, chegando a duvidar-se da possibilidade de participar no 'Mundial'. A sua condição física levanta sérias dúvidas.
Costinha - Desempregado.
Maniche - No Chelsea, alterna entre a bancada e o banco. Nestes meses em Londres, só se destacou por ter sido expulso com uma dúzia de minutos jogados numa partida em que a sua equipa estava a perder.
Hugo Viana - Suplente do Valência.
Hélder Postiga - Dispensado pelo FC Porto, os poucos golos conseguidos no St. Étienne não chegam para convencer.
A juntar a estes, resta saber como estarão Simão e Nuno Gomes depois das recentes lesões, como responderá um Figo que já está bem dentro dos 30 e se Deco não se ressentirá da duríssima época que teve (há dois anos, foi evidente que 'rebentou' no jogo dos quartos-de-final, frente à Inglaterra, não conseguindo manter o rendimento nos jogos das meias-finais e final). Outras questões poderia levantar, mas só estas já me parecem demasiadas para que não temamos o pior.
Posto isto, que fazer? Como sou ateu e não rezo, ficarei à espera que tudo corra pelo melhor. Apesar destas críticas, não tenham dúvidas de que apoiarei a selecção e sofrerei com ela. Espero que daqui a cerca de um mês e meio todos estejam a 'bater-me', gritando: "Estás a ver? O Scolari é o maior!"

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