Esta posta contém, essencialmente, um comentário e um desabafo
Quem me conhece sabe que não sou um admirador das qualidades técnicas de Fernando Santos, enquanto a maior parte de nós reconhecerá que a sua apresentação como treinador do Benfica se constituiu como uma espécie de "anti-climax". Ainda assim, parece-me absurdo que alguns comentadores - porque será que, ao domingo à noite, durante o meu "zapping", não me lembro de ignorar a SIC Notícias? - se aprestem a especular sobre o número de meses que o "engenheiro" vai resistir ao despedimento.
Parece-me que a opção estratégica que está por trás desta decisão é discutível - eu, pelo menos, dela discordo -, mas, ainda assim, Fernando Santos está longe de ser um "paraquedista". É um homem sério, digno, que merece respeito dos seus companheiros de profissão, mas também daqueles que profissionalmente habitam o mundo do futebol.
Dito isto, assumo que também não acho que seja a opção ideal para o Benfica, mas cabe-lhe a ele, e à sua equipa técnica, demonstrar que a análise teórica está errada.
Guardei para o fim o desabafo, até porque pouco tem a ver com futebol.
Estou longe de ser corporativista e um incondicional defensor da minha actividade e do meio onde ela se desenvolve, mas fico perplexo perante a quantidade de asneiras que, por vezes, são ditas sobre o jornalismo exercido na área do desporto.
Há, neste país, uma série de pseudo-intelectuais - principalmente de esquerda - que insistem em desprezar o fenómeno desportivo - seria perfeitamente legítimo que o ignorassem, mas é estúpido que o subestimem -, reduzindo-o à mesquinhez de comportamentos dos seus intervenientes, sejam eles jogadores, treinadores ou dirigentes.
Penso nessa "elite" de "pensadores independentes" e revejo a entrevista recente de Manuel Maria Carrilho, conduzida - e bem - por Mário Crespo. Não há dúvida que se perdeu para a "cultura" um potencial presidente de um qualquer clube de futebol, no que estes têm de pior... Como eles, Carrilho nunca perde: foram os árbitros, a cabala da Comunicação Social, as palavras ou actos mal interpretados e, sobretudo, ..."eles"... "os maus".
E é isto o mais erudito e internacionalmente reputado dos nossos pensadores?
Estamos conversados...
JEAN-PAUL LARES
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