A inclusão de um jogador numa qualquer equipa, e em qualquer posição, obedecerá sempre à relação entre vantagens e desvantagens que o mesmo traz ao jogo. Ter os melhores em campo, onde eles dão real proveito ao 'onze', será sempre vantajoso. E a regra para se auferir se o seu posicionamento é correcto, é retirá-los. Aconteceu no sábado a Hulk e ao FC Porto. Ainda que por contingências infelizes, o extremo saiu de onde nunca tinha estado e de onde nunca será útil. Haverá males que vêm por bem?
É novidade para muitos que o FC Porto ganhe sem Hulk. A obrigação de manter o Incrível dentro de campo é tanta, que os responsáveis técnicos portistas escolhem deslocá-lo para o centro do terreno, ao invés de mantê-lo onde é mais forte - na ala direita. Toda esta obrigação é, no entanto, ridícula, pois surge de algo que só eles mesmo imaginam. Não terá a equipa um ponta-de-lança? É a mentira mais absoluta. Que não haja 'olho' para descortinar os proveitos que a equipa ganha em ter Kléber, é uma coisa. Que ele não exista, é outra.
Toda a confusão ideológica de Vítor Pereira levou a que o FC Porto se apresente, sempre, remendado em campo. Já aqui foi debatido que as soluções "B" do ano passado são agora soluções "A" e isso está invariavelmente ligado ao facto do técnico "B" ter sido promovido a "A". Assim, a equipa joga sem uma real intenção de jogo. Procura as suas individualidades, aproveita o respeito que os adversários (ainda) lhe vão mostrando e a fraca competitividade da Liga, e lá vai caminhando para resultados que no papel parecem confortáveis. É longo o interregno entre jogos com equipas realmente valorosas e que porão, como já puseram, a nu essas evidências.
Mas os avisos do destino não cessam. A lesão de Hulk é só mais um, assim como o empate em Alvalade foi outro, ou Djalma na CAN, se quisermos também. A todo o esforço o "desígnio universal" vai tentando colocar as peças no lugar certo, mas há alguém que se esforça por lhe fazer 'ouvidos moucos', como se pudesse saltar de uma torre sem se desmazelar no chão. Não há ponto de partida qualitativo para o onze que VP considera ideal, não há entrosamento, não há fio, nem intenção de qualidade possível. Há sim, um desmembramento táctico que anula um jogador após outro, sem que o próprio treinador o veja ou, sequer, sinta.
Se o regresso de Hulk coincidir com o seu regresso à posição em que muitos vêem carência, mal continuará o futebol dos dragões que não passará da inspiração dos seus melhores intérpretes. A mais valia que é o Incrível na ala direita tem sido desaproveitada, tal como o talento bruto de James que se vê relegado para o banco em detrimento de sprints e correrias defensivas, que mais não dão do que a bola entregue ao adversário. Mas conseguirá o Universo arranjar aquilo que Vítor Pereira teima em destruir? A preocupação é quase nula, porque esse não falha e como as idiotices vão sendo atiradas para fora do campo, assim será quem não perceber o que tem que fazer.
1 comentário:
aparentemente estamos alinhados. faz fwd para o VP sff.
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