sábado, março 18

A responsabilidade de uma minoria

Os momentos decisivos para o futuro do Sporting serão vividos ao longo das próximas semanas, muito mais do que na reunião magna que hoje teve lugar.

A assembleia geral dos leões culminou, a meu ver, com o pior resultado possível. Não porque a proposta de Filipe Soares Franco tenha sido rejeitada, mas pela escassa margem que levou a tal desfecho.

Era minha convicção que, para a saúde do emblema verde e branco, este acto deveria afirmar uma vontade firme, em qualquer dos sentidos. Assim, as soluções ficam reféns de uma clara minoria, enquanto a significativa maioria queda órfã de orientação.

Desta típica expressão de democracia irónica resulta um conjunto de incógnitas mas, sobretudo, um capital de responsabilidade que terá de ser assumido por quem “venceu”.

Cabe agora a todos aqueles que pugnaram contra a proposta do futuro ex-presidente encontrar alternativas de gestão e financiamento, cabe agora a esses, finalmente, a produção de ideias.

Nunca tomei aqui posição sobre a alienação do património em causa mas sou obrigado a constatar um facto: era a única proposta, o único projecto em cima da mesa.

Os que reclamam os votos que permitiram estes resultados estão obrigados a definir alternativas, sendo claro que, depois do sucedido, não poderão propor, em caso algum, a alienação de qualquer património imobiliário a curto/médio prazo. Isto sem esquecer que terão convencer os 64 por cento de correligionários que pensam de forma diferente.

Em causa está a necessidade de resolver os problema financeiros do clube, mas também o assegurar da manutenção da relação com os parceiros financeiros – que asseguram a sobrevivência da entidade -, os mesmos que exigiram a venda de património.

Para todos aqueles – muitos são frequentadores habituais deste blog – que nada mais faziam que criticar e exigir a saída dos actuais dirigentes, acabou-se o tempo da demagogia e tem início o da acção.

O vosso clube está nas vossas mãos e, em poucas semanas, o mundo vai ficar a saber qual o caminho que pretendem trilhar.

PS – Numa altura em que o sucesso estava próximo, não vejo como o processo a desencadear nos dias que se seguem possa ser inofensivo para as aspirações da equipa de futebol leonina.

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