O Helder Postiga tem um grande futuro, dizem. É "desportivamente correcto" dizer-se que é um enorme talento. Qualquer intelectual da bola fica ofendido quando se ataca o Postiga. Está lá tudo, dizem. Mas a um avançado pedem-se golos. Eis o curriculum de Postiga nas 5 épocas que leva de futebol sénior:
2001-2002 - FCP - 27 jogos/9 golos
2002-2003 - FCP - 31 jogos/13 golos
2003-2004 - Tottenham - 19 jogos/1 golo
2004-2005 - FCP - 24 jogos/3 golos
2005-2006 - FCP / St. Etienne - 2 jogos/0 golos
Duas temporadas iniciais fulgurantes sob orientação de Octávio e Mourinho e depois o ocaso do menino que aos 10 anos trocou o "Mar Cáspio" - nome do barco do seu Pai - pela sua primeira equipa, o Varzim. Todo o potencial que demonstrou na fase inicial da carreira parece não querer reaparecer. O Postiga dos ultimos 3 anos mostra um jogador descrente e sem capacidade.
Porque é que Postiga continua a ir à Selecção? Arrisco que a resposta de Scolari será "Porque sim". No entanto, apesar de estar imerecidamente na selecção (nem 5 golos marcou nas Ligas onde jogou nos ultimos 3 anos), é no seio deste grupo que Hélder Postiga atinge melhor rendimento: 9 golos em 19 jogos ao serviço da Selecção justificam a aposta de Scolari. Mesmo que depois no seu clube não jogue nem marque golos.
Estabeleço uma analogia com Facundo Quiroga, vaca sagrada das bancadas de Alvalade quando chegou, prometendo ser um jogador de altíssima craveira, mas que acabou por não comprovar o potencial (aqui com a atenuante de ter tido uma lesão grave), acabando nos seus ultimos tempos de Sporting a ser ridicularizado por Ávalos e Adriano.
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