segunda-feira, janeiro 23

Muita parra, pouca uva

Como é que uma equipa que joga com 4 avançados, consegue ganhar um jogo por 1-0 e praticamente não criar situações de golo? É fácil, jogando pela primeira vez, a meio época, neste novo esquema e contando com um auto-golo.

Co Adriaanse é simplesmente parvo. Eu até consigo ensaiar uma teoria para o 3-3-4, agora para a substituição de Baía, Pedro Emanuel, Paulo Assunção e Diego já não. A minha teoria para o novo e audaz, para não dizer suicida (tendo em conta o futebol como se apresenta hoje) esquema de jogo, passa pela segunda parte na Reboleira. Ao ver o Estrela ser subjugado no seu meio campo, encostado às cordas, contra um FCP possante e pressionante, Co deve ter pensado “if I start the game playing like this, instead of 45 minutes of total control and offensive football I’ll have 90”. Ora, neste raciocínio, Co não considerou o seguinte, o Estrela ganhava por duas bolas à entrada para o segundo tempo e tinha, propositadamente, optado por abordar o jogo de forma mais conservadora.

Eu normalmente não sou contra os treinadores azuis e brancos, mesmo na dança da época passada consegui ser tolerante e compreensivo. Mas este cabrão tira-me do sério. Porque é que fugiu ao sistema táctico habitual? A equipa já estava entrosada. Porque é que mudou meia equipa? A derrota na Amadora justificava tanta mudança?

Eu sou adepto do futebol ofensivo, a sério que sou, mas o que é que a equipa de sábado tinha de ofensivo? Além do Adriano (extremamente ofensivo para as câmaras com aquela tromba e para o Hugo Almeida, que deve andar satisfeitíssimo), nada. Lá por jogarmos com muitos avançados não quer dizer que vamos ter mais caudal atacante, isto se eles não souberem os que estão lá a fazer. Por exemplo, o FCP começou com dois avançados na área (Adriano e Lisandro) e dois extremos nas alas (Quaresma e Alan), esperavam-se muitos cruzamentos e muita acção para os centrais da Naval. Isso aconteceu? Não. Porquê? Porque a bola raramente chegou aos extremos em condições para cruzar, simplesmente não havia ninguém para colocar lá a bola jogável e como os laterais não se aventuravam fruto da defesa a 3, os extremos acabavam por ficar sozinhos. A equipa melhorou consideravelmente com a entrada de Diego na segunda parte, pautando o jogo e distribuindo a bola com mais “cabeça”, mas mesmo assim foi tudo muito mau.

Espero (mas não acredito) que Adriaanse tenha aprendido algo com esta exibição lastimável. A jogar assim contra o Rio Ave não se augura nada de bom na próxima jornada.

Gonçalo

PS – Por razões técnicas o post teve que sair via sectorb32, mas não se iludam, sou mesmo eu.

PS2 – Sábado ia postar sobre o jogo 400 de Baía, mas depois pensei, e se o gajo não o põe a jogar? Então concluí, faz primeiro os 400 jogos e depois eu posto. É bom saber que se pode contar com a estupidez como uma coisa certa.

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